Os arquivos JFK e as teorias da conspiração
A publicação dos documentos secretos sobre o assassinato de John Kennedy, na semana passada, foi determinada por uma lei de 1992 para acabar com as teorias conspiratórias, inflamadas na época pelo delirante filme JFK, de Oliver Stone. Por ironia, só deverá reacendêlas. CIA e FBI pressionaram, com sucesso, o presidente Donald Trump a manter em sigilo os documentos mais sensíveis. Será o bastante para alimentar as especulações.
O assassino Lee Harvey Oswald agiu mesmo sozinho, como diz o relatório da Comissão Warren? O que ele fez no México, onde visitou as embaixadas de Cuba e da União Soviética semanas antes do assassinato? O FBI sabia que Jack Ruby – o assassino do assassino – mataria Oswald e não fez nada? Os espiões envolvidos anos depois no escândalo Watergate sabiam que Kennedy seria assassinado?
Não importa se você está familiarizado com o universo da “bala mágica”, do filme de Zapruder, do impostor mexicano e com a barafunda de conexões hipotéticas que unem a máfia italiana a Fidel Castro, passando por CIA, FBI e Lyndon Johnson. A confusão só fará aumentar. O governo reteve os arquivos sobre o chefe da CIA em Dallas, sobre o empresário que conversou com Ruby minutos antes de ele matar Oswald, sobre os exilados cubanos e sobre os espiões de Watergate. Nada será esclarecido. Todas as teorias conspiratórias continuarão vivas.