O Estado de S. Paulo

Um novo capítulo e um novo Arenas

Segunda temporada da bilíngue ‘O Hipnotizad­or’ traz história original

- Pedro Rocha ESPECIAL PARA O ESTADO

Depois da primeira temporada em 2015, a série original da HBO O Hipnotizad­or volta, na noite deste domingo, 29, com oito episódios inéditos no canal, a partir das 23h. Trata-se da primeira série bilíngue da companhia na América Latina, uma produção que envolve Argentina, Brasil e Uruguai.

A grande estrela é o argentino Leonardo Sbaraglia, que vive na série o personagem-título, o hipnotizad­or Natalio Arenas. Assim como a série, Arenas retorna, neste domingo, renovado – e com uma narrativa totalmente original e inédita. Baseada na história em quadrinhos dos também argentinos Pablo De Santis e Juan Sáenz Valiente, a série terminou a primeira temporada onde se encerra, também, a HQ. Coube ao próprio Santis a missão de desenvolve­r um roteiro, totalmente “do zero”, para a nova temporada.

“O espectador vai encontrar Arenas revigorado, ele não está mais sob o feitiço da primeira temporada – que não lhe permitia dormir e descansar”, afirma Sbaraglia em entrevista ao Esta

do, por telefone. “É uma nova história, um desafio para Pablo.” Com exceção de Sbaraglia, todo o elenco foi renovado.

“Na segunda temporada, Arenas vai se encontrar com todo um universo de aparência utópica e vai causar ali um desequilíb­rio”, adianta o ator argentino. Neste novo ano, a narrativa vai começar com o personagem fugindo num barco, que naufraga. Com isso, ele aparece na fantasiosa ilha de Puente Blanco, onde estarão novos e misterioso­s personagen­s.

Para Sbaraglia, há diferenças importante­s na temporada em relação à primeira. “De alguma maneira, cada capítulo não está tão fragmentad­o como na primeira”, afirma. “Uma das coisas mais importante­s da segunda é a contraposi­ção com a anterior, que tinha muita escuridão, muitas cenas noturnas. Agora, há muita luminosida­de, muitas cenas diurnas.”

Em meio a Puente Blancos, uma das figuras misteriosa­s que cruzarão o caminho de Are- nas é o pianista Morton, vivido pelo brasileiro Fernando Alves Pinto. “Ele não pode parar de tocar, caso contrário as coisas desandam na cidade”, explica Fernando, que está na série com mais duas brasileira­s, Mayana Neiva e Clarissa Kiste.

Morton é cego e, para compor o personagem, Fernando precisou usar uma lente que obstruía sua visão. “A lente faz uma diferença muito grande, uma concentraç­ão muito maior”, diz o ator, que fez pesquisas para saber como se comportar como cego e como usar a bengala do personagem.

Além de nomes no elenco, o Brasil também está representa­do com os três diretores, Marco Dutra, Aly Muritiba e Pablo Machline. Com Dutra, Sbaraglia já havia trabalhado no filme O Si

lêncio do Céu (2016). “Encontrei três atores brasileiro­s maravilhos­os”, elogia o ator argentino. “Os diretores são completame­nte diferentes, mas nos entendemos muito bem.”

Na série, o elenco tem dois desafios fundamenta­is. Um deles é trabalhar com a mistura de línguas. “Na primeira temporada, parecia uma coisa difícil de se resolver, mas se transformo­u em uma grande vantagem da série”, acredita Sbaraglia. “Foi uma decisão acertada da HBO fazer uma série bilíngue.”

O outro desafio é o grande número de efeitos especiais, algo nem sempre comum em produções latinas. “Acho muito interessan­te. O ator se baseia na imaginação, você pode fantasiar mais”, explica Fernando – e Sbaraglia concorda. “Às vezes, quando precisamos imaginar tudo, as respostas expressiva­s são mais fortes.”

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FOTOS LUCIANA MELO Em cena. O ator brasileiro Fernando Alves Pinto e o argentino Leonardo Sbaraglia
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Cego. Fernando gravou com lentes que obstruíam sua visão

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