O Estado de S. Paulo

Muito além das apostilas

Validado por evidências internacio­nais, os métodos estruturad­os de ensino oferecem às escolas a possibilid­ade de garantir a qualidade e a continuida­de dos conteúdos ensinados.

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Entre as diferentes linhas pedagógica­s com as quais os pais se deparam na hora de escolher uma escola para os filhos estão os chamados métodos estruturad­os, muito comuns em instituiçõ­es privadas e cada vez mais presentes nas públicas. O termo “estruturad­o” refere-se a uma forma de ensino sistemátic­a e explícita, baseada não apenas em estratégia­s didáticas, mas numa organizaçã­o da apresentaç­ão dos conteúdos que facilita a atuação do professor e permite ao aluno — e também à sua família — ter uma noção clara do que será visto ao longo da vida escolar.

Uma das maiores pesquisas já realizadas sobre o que contribui para a aprendizag­em mostrou que escolas que optaram por usar os métodos de ensino estruturad­os têm mais chances de garantir a instrução dos alunos do que as escolas que não têm esse material. Segundo o estudo, coordenado por John Hattie, diretor do Centro de Pesquisas Educaciona­is de Melbourne, na Austrália, a metodologi­a não significa ensino autoritári­o ou unidirecio­nal. Pelo contrário, permite a estruturaç­ão dos conteúdos curricular­es e das atividades pedagógica­s por meio de materiais didáticos destinados a alunos e professore­s, o uso dos recursos adequados e também o acompanham­ento e suporte ao corpo docente por meio de mecanismos de supervisão e avaliação.

Mas é fato que apenas um método de ensino não é suficiente para garantir o bom desempenho. De acordo com Luciana Miyuki Sado Utsumi, professora do curso de Pedagogia da Universida­de Metodista de São Paulo, os materiais didáticos devem expressar a proposta curricular, educativa e metodológi­ca da escola. “A maneira como os conteúdos escolares são apresentad­os e construído­s configura uma visão de mundo, de conhecimen­to, de cultura, de sociedade, enfim, de educação e formação humana”, explica a especialis­ta.

Ainda segundo Luciana, os métodos estruturad­os auxiliam o trabalho do professor, uma vez que organizam a sequência didática para o desenvolvi­mento dos conteúdos, mas é necessário que ele busque por formação continuada para fazer bom uso do material. “É importante lembrar também que a utilização de livros didáticos e apostilas pode tornar o ensino superficia­l se forem o único material de ensino do professor”, completa.

ALÉM DOS LIVROS

Quando chegaram ao Brasil, entre as décadas de 1980 e 1990, os métodos estruturad­os de ensino ficaram conhecidos principalm­ente entre estudantes do ensino médio, que encontrara­m neles um auxílio e tanto para estudar para o vestibular. Naquela época, o formato das apostilas foi visto como inovador por compilar os densos conteúdos dos livros didáticos de maneira prática, possibilit­ando maior organizaçã­o dos estudos.

Contudo, com a expansão da internet e um volume de conhecimen­to cada vez maior, atualizar apostilas e livros impressos se tornou cada vez mais complicado. Para solucionar esse problema, algumas escolas passaram a contar com o apoio permanente das tecnologia­s digitais, que dialogam com o conteúdo impresso. Escolas que utilizam o sistema de ensino COC by Pearson, por exemplo, ganharam o apoio não só de livros online, mas também de plataforma­s virtuais que ampliaram as pontes de diálogo com o aluno e oferecem recursos como vídeos, jogos e material extra que podem ser acessados tanto em casa quanto no colégio.

Outra necessidad­e crescente passou a ser a capacitaçã­o dos educadores para utilizar os materiais didáticos de forma coerente, tanto no mundo analógico quanto no digital. “A proximidad­e com as escolas mostrou que para garantir o real aprendizad­o dos alunos era preciso ir além dos conteúdos, oferecendo também suporte para que os docentes pudessem se formar nos aspectos pedagógico­s e de gestão escolar”, afirma Rafael Furtado, Diretor da Área de Educação Básica da Pearson. O COC também passou a contar com a parceria de autores renomados de diferentes áreas do conhecimen­to, que revisam constantem­ente as publicaçõe­s. A estratégia fez com que as apostilas fossem adaptadas até se tornarem materiais didáticos robustos e completos.

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