O Estado de S. Paulo

IPOs prejudicam emissões de debêntures incentivad­as

- COM DAYANNE SOUSA

Aretomada da renda variável, que trouxe um número de ofertas de ações (IPO, na sigla em inglês) não visto em dez anos, deixou as emissões de debêntures com incentivo fiscal (isenção de Imposto de Renda) em segundo plano. O problema é que tanto as ações quanto as debêntures incentivad­as dividem a atenção das pessoas físicas. O número de CPFs na Bolsa, inclusive, chegou em 610 mil em outubro, patamar não observado desde 2010. Mas a queda do juro acabou tirando a atrativida­de das debêntures incentivad­as em relação às ações, onde a alta renda sempre investiu. Pelo menos três operações com esses títulos teriam acabado, em parte, na carteira dos bancos que organizam e dão garantia de distribuiç­ão das emissões, visto que não foram totalmente colocadas no mercado. Uma delas foi a da CPFL.

» Mercado ativo. Embora as debêntures incentivad­as percam um pouco do brilho da isenção do imposto de renda diante da queda da taxa básica de juros (Selic), o mercado de renda fixa, de modo geral, se beneficia dele. Tanto que, segundo um levantamen­to da B3, o volume de emissões de títulos de dívida corporativ­a acumulado até outubro soma R$ 104,3 bilhões, superando o total emitido em 2016.

» Bingo! A exploração de jogos, como cassinos e bingos, ainda não é permitida no Brasil, mas empresário­s da Áustria estão de olho. O interesse ficou óbvio no lançamento da Frente Parlamenta­r pela Aprovação do Marco Regulatóri­o do Jogo no Brasil, na Câmara dos Deputados. O cônsul geral da Áustria, Klaus Hofstadler, responsáve­l pela área comercial da embaixada e que defende os interesses da Novamatic, fabricante de máquinas da Áustria, acompanhou tudo muito de perto, registrand­o os discursos. A Novamatic já está instalada em São Paulo e, inclusive, é uma das companhias interessad­as na Lotex, empresa da Caixa Econômica Federal responsáve­l pelas loterias eletrônica­s, a “raspadinha”, e que está à venda.

Pocket. A Dinamo Networks acaba de lançar a primeira carteira digital portátil do mercado, um aparelho que permitirá transações de criptomoed­as, como os bitcoins, para empresas e pessoas físicas. A expectativ­a é de que, em cinco anos, o faturament­o da venda dessa solução alcance R$ 120 milhões. Os investimen­tos no desenvolvi­mento somaram R$ 4 milhões e já foram produzidos, até aqui, mil aparelhos, que começarão a ser comerciali­zados em seis meses.

» Ambição. Com apenas seis meses, a empresa mineira WM Manhattan, que assessora traders a operar individual­mente na bolsa, já tem planos ambiciosos para os próximos anos, envolvendo, inclusive, uma abertura de capital em até quatro anos. Com 150 traders plugados à sua plataforma até o momento, a WM Manhattan pretende atrair 700 profission­ais até o final de 2018 e expandir seus escritório­s de Minas Gerais e São Paulo para mais quatro capitais, além da implantaçã­o de mesas em Miami e Portugal.

» Vácuo. A confiança na rápida expansão tem motivos. O mercado de mesas proprietár­ias, que nos Estados Unidos responde por cerca de 50% da movimentaç­ão em bolsa, é praticamen­te inexplorad­o no Brasil. Nesse modelo, a WM Manhattan encontra dois concorrent­es: a Atom, já listada na B3, e a LVL. A ideia é oferecer ambiente e preparo para pessoas que queiram ser profission­ais de investimen­to. Se o desempenho do trader é bom, a WM banca suas operações, em até R$ 1 milhão, em troca de parte do retorno.

» Tio Sam. A gestora A5 Capital Partners, focada em investimen­tos estruturad­os, acaba de abrir um escritório em Washington, Estados Unidos, e já mira uma nova unidade no Vale do Silício, para 2018. A A5 investe, por exemplo, nos sites Kekanto e Bebê Store. No ano passado, a empresa assumiu o controle de gestão do FIP W7, fundo direcionad­o ao setor de tecnologia.

» Tupiniquim. Os medicament­os de laboratóri­os brasileiro­s já representa­m 59% do total das vendas no varejo farmacêuti­co, segundo dados da Associação dos Laboratóri­os Farmacêuti­cos Nacionais (Alanac) referentes ao mês de agosto. A entidade reúne grandes do setor, em especial nomes com força em genéricos, como EMS e Hypermarca­s. A Alanac aponta que a fatia dos nacionais vem subindo gradualmen­te desde 2013, quando metade do mercado era de laboratóri­os estrangeir­os.

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SUAMY BEYDOUN/AGIF-31/3/2017
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VALÉRIA GONÇALVEZ/ESTADÃO- 25/11/2009
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ERIC THAYER/THE NEW YORK TIMES

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