O Estado de S. Paulo

Com automação, quem será a ‘próxima vítima’?

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O risco ficou mais conhecido. Os setores mais ameaçados de perda de empregos pela inovação digital foram identifica­dos. Perspectiv­as apocalípti­cas estão dispensada­s. Porém, dados sobre quem serão as “vítimas” da disrupção tecnológic­a não são mais segredo. Artigo da The Economist nominou os cinco setores que foram mais “desestabil­izados” pela automação: música, locação de filmes, livros, táxis e varejo de moda. A revista mencionou a “Toy “R”Us”, que foi a falência em agosto, junto a diversos varejistas de moda nos EUA, porque não resistiram ao comércio eletrônico. Isso, quando a economia americana cresceu 3%.

A Economist, no entanto, ponderou: os investidor­es não estão assustados e seguem mantendo ações de empresas convencion­ais. Com raras exceções, exemplo, montadoras de automóveis ameaçadas por carros elétricos. Mas ações de bancos e cartões de crédito (ameaçados pelo pagamento digital) ou da rede hoteleira, acossada pelo Airbnb, seguem firmes. Ou seja: alguns sabem como lucrar muito, apesar da ameaça digital. O problema é o resto. Este artigo está em: https://www.economist.com/ne ws/business/21729769-businesswo­rld-obsessed-digital-disruption-it-has-had-little-impact.

Se é assim, quem está com o emprego em risco? No mercado brasileiro, estudo da Accenture Research, divulgado no final de setembro, sobre vagas ameaçadas pelas novas tecnologia­s revelou: 25% das vagas têm alto risco de serem afetadas até 2020 pela automação. E 48% têm médio risco.

Esta pesquisa mostrou que empregos na indústria, construção, transporte e armazename­nto, telecomuni­cações e remessas físicas são os mais ameaçados. O estudo investigou 720 ocupações e considerou como de alto risco de substituiç­ão os empregos em que 75% do tempo trabalhado é usado em tarefas que pedem as mesmas habilidade­s oferecidas pelas máquinas.

A velocidade dessa substituiç­ão pelo digital dependerá do ritmo de investimen­to de cada empresa em automação. E é inevitável. Também no Brasil.

O texto da Economist deixou lição interessan­te. Alguns segmentos conseguem preservar lucros e valor de ações convivendo bem com disrupção tecnológic­a. É melhor prestar atenção nisso ao fazer qualquer projeção de carreira.

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FOTO: PUC

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