Exercício criativo
DESIGN
O grupo de designers composto por Paulo Alves, reconhecido pela marcenaria ligada ao afeto, Maria Fernanda Paes de Barros, autora de móveis e objetos no estúdio Yankatu, Guilherme Leite Ribeiro e André Bastos, do estúdio Nada se Leva, e Daniela Karam, ligada a cores e estampas, foi convidado por Simone Quintas e Júnior Guimarães para viverem um período de imersão no trabalho de artesãos nativos de Tiradentes. Durante duas semanas, eles apresentaram ao grupo uma percepção diferenciada de produtos, procurando agregar valor e acabamento à produção local e difundido noções amplas de mercado.
ARTESANATO
Elementos típicos da produção artesanal mineira como madeira, pedra, metal e tecido foram apresentados durante a etapa de imersão por um grupo de artesãos: a bordadeira Maria da Conceição de Paula, o entalhador de arte sacra Rondinelly Santos, a artesã Lilia Fonseca, responsável por produzir as famosas cruzes de papel crepom que adornam as portas das casas de Tiradentes, o ferreiro especialista em luminárias marroquinas Wagner Trindade e o escultor em pedra-sabão Expedito Jonas de Jesus. Personagens emblemáticos do trabalho artístico da cidade, eles viam suas possibilidades de criação limitadas pela tradição familiar ligada ao material com que trabalham e ao objeto que produzem. No processo, eles foram ‘provocados’ pelos designers a se arriscarem em novos formatos.
FUSÃO
Por fim, no período em que trabalharam juntos, designers e artesãos puderam identificar elementos de interesse comum, com vistas a construir uma coleção de objetos que convergissem entre si. A pedra-sabão de Expedito, por exemplo, foi agregada ao bordado de Maria da Conceição e às luminárias de Wagner Trindade. Já o papel crepom de Lilia Fonseca bebeu da mesma fonte da arte sacra de Rondinelly Santos e acabou dando forma a terços decorativos.