Criminalidade.
Bando utilizou metralhadora e explosivos em ação na zona leste de SP; houve dezenas de tiros e até uma simulação de sequestro pelos bandidos
Bandidos armados com metralhadoras e explosivos atacaram dois carros-fortes, ontem, em São Paulo. Na fuga, trocaram tiros com policiais e incendiaram três veículos. Dois homens simularam um sequestro para confundir a polícia. Sete foram presos.
Uma quadrilha armada com metralhadora e explosivos atacou, na tarde de ontem, dois veículos de uma empresa de transporte de valores na zona leste de São Paulo. Os criminosos atiraram dezenas de vezes contra os carrosfortes e dois deles chegaram a simular um sequestro quando a polícia chegou ao local. A ação terminou com sete homens presos e nenhum dinheiro foi levado.
Segundo a Polícia Militar e testemunhas, a quadrilha usou um caminhão-baú para colidir de forma proposital contra um carro-forte da Transvip. Isso fez com que o outro veículo da empresa perdesse o controle e parasse em uma via marginal à Avenida Ragueb Chohfi, em São Mateus, na zona leste paulistana. Outros veículos do grupo se aproximaram e deles desceram homens armados, que começaram o ataque.
“Foram pelo menos 15 minutos de tiros e três explosões. Foi assustador. Eles falavam para os funcionários: Desce, desce!”, relatou o motorista Breno Navarro, de 25 anos, que chegava com seu caminhão ao mercado onde trabalha, na frente da cena do crime, às 16 horas. Ele parou o veículo como foi possível, se abaixou e entrou rastejando no comércio.
Em imagens gravadas por Navarro, é possível ver homens atrás de veículos realizando disparos. O motorista ainda chegou a enviar áudios para a mãe, temendo que não fosse sair vivo do local. “Pensei que ia morrer”, disse. No áudio, ele fala sobre o ataque e pede para ela atender o telefone.
Na fuga, o bando incendiou três veículos – dois caminhões pequenos e uma van – na Ragueb Chohfi para dificultar a perseguição. Ainda assim, guarnições da PM chegaram aos criminosos e houve troca de tiros.
Dois bandidos, segundo a polícia correram para um mercado na Rua da Servidão, próximo do local do crime. Um deles apontou a arma para a cabeça do outro e simulou um sequestro para ganhar tempo e confundir os policiais. Outros cinco foram presos por agentes do Departamento de Investigações Criminais (Deic). A polícia não informou se havia foragidos.
Explosões. Na noite de ontem, viaturas da PM ainda cercavam o local do ataque, onde se viam pedaços de lataria dos veículos que foram alvo da quadrilha – funcionários da empresa ainda inspecionavam o lugar.
O barulho foi o que despertou a atenção do atendente João Lopes, de 20 anos. Trabalhando no mercado na frente do local do crime, ele se escondeu nos fundos. Um vidro estourou durante o ataque, mas os proprietários não sabem se foi por causa de disparo ou do estrondo das explosões.
“Aqui, saiu todo mundo correndo. Os caras estavam armados até os dentes”, contou o atendente. “Ficamos escondidos e só saímos quando a polícia apareceu.”