O Estado de S. Paulo

PARCEIRO DE MESSI BUSCA REDENÇÃO

Meia tem histórico de lesões pela Argentina

- Gonçalo Junior

Desde que foi campeão mundial sub-20 e conquistou a medalha olímpica em 2008 com a Argentina, o meia Angel Di María virou uma espécie de escudeiro de Lionel Messi. Para torcedores e especialis­tas, os dois ocupavam – quase – o mesmo patamar técnico e tático e, juntos, faziam a seleção jogar. Nas últimas temporadas, as lesões fizeram com que Di María ficasse para trás nessa briga. Na Copa da Rússia, o meia franzino e veloz, apelidado de El Magro, busca um acerto de contas com sua própria história.

A lista de azares na seleção é extensa. Na Copa América de 2015, ele foi substituíd­o aos 30 minutos da final e viu a Argentina perder nas penalidade­s para o Chile. No ano seguinte, na Copa América Centenário, nos Estados Unidos, Di María se contundiu na segunda partida, diante do Panamá. Ficou fora o restante do torneio – a Argentina foi à final, mas de novo perdeu para os chilenos nos pênaltis. Nas Eliminatór­ias para a Copa da Rússia, o meia só atuou no confronto decisivo com o Equador, aquele em que Messi fez três gols e colocou a Argentina na Copa, depois de uma semana em dúvida.

O calvário é tão incômodo que Di María contratou um psicólogo. “Comecei a trabalhar com um psicólogo porque quero estar cada vez melhor. Pode ser que a pressão influa nas lesões”.

A carreira europeia tem altos e baixos também. Nos quatro anos no Real Madrid (2010 e 2014), ele foi campeão da Liga dos Campeões. Em seguida, teve uma temporada perdida no Manchester United. Embora seja o segundo jogador que mais movimentou dinheiro com transferên­cias (¤ 179 milhões ou R$ 667 milhões), atrás apenas de Neymar, o argentino vem perdendo espaço no Paris SaintGerma­in. Aos 29 anos, Di María perdeu a posição para o meia Draxler e ficou com espaço ainda menor com a chegada de M’bappé e, claro, Neymar. Hoje, está no banco de reservas, lugar que quase nunca frequentou.

Nesse contexto, Di María busca sua redenção na Rússia. Redenção pessoal após tantas contusões e também coletiva. Em sua terceira Copa, ele vive o drama de atuar em uma seleção que não ganha nada desde 1993. As credenciai­s que apresentou no Mundial do Brasil foram boas. Nas oitavas contra a Suíça, Di María marcou o único gol do jogo depois de 118 minutos, após assistênci­a de Messi. Na comemoraçã­o, emocionou os brasileiro­s ao homenagear a filha Mia, que havia nascido prematuram­ente aos seis meses. Depois de uma longa batalha nos hospitais, a menina sobreviveu sem sequelas. Hoje, ela tem três anos e continua sendo lembrada nos gols do pai.

No jogo seguinte, nas quartas de final contra a Bélgica, Di María deu a assistênci­a para o gol salvador de Higuaín. Sua participaç­ão no Mundial terminou nesta partida com uma ruptura muscular na coxa esquerda.

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Próxima estrela: Isco, jogador tem a missão de resgatar a força da Espanha Di María. Argentino de 29 anos vai disputar sua terceira Copa do Mundo
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