Decisão de Bruno Araújo causa surpresa entre líderes tucanos
Presidente interino da legenda afirma que ato foi ‘pessoal’; para Perillo, saída é ‘afastamento natural e elegante’
A decisão do tucano Bruno Araújo (PE) de deixar o cargo de ministro das Cidades pegou de surpresa os principais líderes do PSDB, apesar de ele ter dito que conversou “com vários quadros do partido” antes de apresentar a carta de demissão.
O presidente interino da legenda, Alberto Goldman, e os demais integrantes da executiva não foram avisados previamente. O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, que está em Roma, também não. “Foi uma decisão pessoal dele, até porque o PSDB não indicou nenhum ministro. O partido decidiu ajudar o governo nas reformas. Vai continuar da mesma forma, seja com quatro ou nenhum ministro”, disse Goldman ao Estado.
Um dos poucos consultados por Araújo foi o governador de Goiás, Marconi Perillo, que está em campanha para presidir o PSDB. “A saída do ministro mostra que o afastamento natural e elegante é o melhor caminho e que é falsa a afirmação de que o PSDB se resume a um plebiscito entre aqueles que querem ficar ou sair do governo Temer.”
“Que ministro saiu? Vocês estão me falando agora”, afirmou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a jornalistas brasileiros em Washington, onde foi homenageado pelo InterAmerican Dialogue. Em entrevista à TV colombiana NTN24, parceira do evento, o ex-presidente disse que o PSDB terá, agora, “mais autonomia”.
Abril. Aloysio Nunes não deve seguir o caminho de Araújo por ora. O plano inicial era ficar até abril, quando deve deixar o governo para disputar a reeleição ao Senado por São Paulo.
O líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC), afirmou que a saída de Araújo mostra que o partido “não tem apego” a cargos.