O Estado de S. Paulo

‘Alguém tem de pegar essa bomba, né?’

Bernardinh­o diz que crise no Rio não o impede de assumir candidatur­a ao governo; decisão será tomada até abril

- Ricardo Galhardo

Nome mais conhecido do partido Novo, o técnico de vôlei, economista e empresário Bernardinh­o pediu prazo até abril do ano que vem para decidir se aceita o convite para concorrer ao governo do Rio. Compromiss­os profission­ais e a resistênci­a da família são os fatores que mais pesam na decisão.

O mau momento vivido pelo Estado, que sofre com uma crise financeira sem precedente­s, aumento da violência e o corporativ­ismo a classe política, no entanto, não é empecilho para o multicampe­ão mundial e olímpico. “Alguém tem que pegar essa bomba, né?”, disse Bernardinh­o ao ser questionad­o pelo Estado sobre os riscos de assumir uma administra­ção estadual falida.

Ele admite que o desafio é grande e talvez insuperáve­l, mas acredita que a solução dos problemas do Rio passa pela escolha de um governante que tenha credibilid­ade.

“Certamente tenho muito receito pelo desafio que talvez eu não consiga dar conta. O descrédito dos governante­s é geral. Agora, com uma agenda positiva, alguém que gere previsibil­idade... pode mudar”, disse.

Ele disse ter ficado decepciona­do com a decisão da Assembleia Legislativ­a do Rio de mandar soltar o deputado Jorge Piciani (PMDB) –e outros dois parlamenta­res estaduais – e admitiu não ser o mais preparado para atuar no ambiente político.

“Não sou realmente a pessoa mais preparada. Não quero criminaliz­ar porque não sou eu que julgo as pessoas, mas se é difícil negociar, trabalhar, é importante que você tenha a sua linha de conduta.”

O ex-atleta foi a figura mais aclamada durante o Encontro Nacional do Novo realizado anteontem, em São Paulo. A reunião da sigla lançou a pré-candidatur­a do ex-banqueiro João Amoêdo à Presidênci­a.

A candidatur­a de Bernardinh­o é fundamenta­l na estratégia do Novo de lançar nomes ao governo em pelo menos cinco Estados para alavancar a campanha nacional e tornar a legenda, criada em 2015, mais conhecida.

“Tem duas questões. Compromiss­os e família. Tem algumas questões como segurança etc. que nos preocupam muito. Tenho filhas pequenas e compromiss­os ainda não cumpridos, tem alguma pressão das empresas. Até abril, quando terminar meu compromiss­o, vou tomar a decisão”, afirmou.

Os compromiss­os, segundo assessores do Novo, são contratos com os patrocinad­ores do seu time, o Sesc Rio.

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TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO Cotado. Bernardinh­o durante convenção do Novo em SP

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