O Estado de S. Paulo

RODRIGO JANOT

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A História dirá

Em entrevista ao Estado, o exprocurad­or-geral da República Rodrigo Janot faz a defesa de sua atuação à frente da Procurador­ia. Com a mesma ausência de competênci­a já demonstrad­a quando tinha por ofício acusar, Janot alega em seu benefício que as críticas que lhe fazem são parte de uma “reação orquestrad­a” de políticos contra Ministério­s Públicos na América Latina. Declara que “faria exatamente a mesma coisa” na negociação da delação com a J&F, como se não tivesse nenhuma responsabi­lidade pelo monumental fracasso do acordo. Sobre seu outrora braço direito, o ex-procurador Marcello Miller, que para a Polícia Federal é “corrupto” e se teria valido de seu antigo cargo como “manto protetor de práticas criminosas”, alega que ele já não estava “na equipe quando fez as besteiras que fez”. Como que a coroar os despautéri­os, Janot, do alto de sua megalomani­a, atribui falta de isenção ao Estado, acusando o jornal de defender quem comete ilícitos e acusar de ilícitos quem investiga. Não se pode dizer, porque não é do conhecimen­to da sociedade, se Janot se manifesta dessa forma desastrada porque teria alguma vinculação ou amizades antigas com políticos ou empresário­s investigad­os, mas isso as investigaç­ões a respeito das condições em que foi firmado o acordo da JBS e a História dirão.

SERGIO RIDEL sergiosrid­el@yahoo.com.br São Paulo

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