O Estado de S. Paulo

Torcida quer espaço nos bastidores e promete pressão

Líderes das organizada­s vão pedir ao presidente Leco voz ativa nas decisões do futebol na próxima temporada

- Matheus Lara

Uma comissão de torcedores, formada por membros das organizada­s Independen­te e Dragões da Real, sócios-torcedores, donos de cadeiras cativas e torcedores “comuns” do São Paulo, vai pedir uma reunião com a diretoria do Morumbi a fim de mudar o relacionam­ento entre as partes. O grupo pedirá participaç­ão na vida política do clube e cobrará explicaçõe­s sobre os bastidores do sufoco do time na temporada. A comissão aguardava o São Paulo garantir a permanênci­a na Série A do Nacional para, agora, protocolar o pedido e voltar a pressionar.

Diferentem­ente da conversa de setembro, no CT da Barra Funda, que contou com os jogadores e a comissão técnica comandada por Dorival Junior, os torcedores querem ficar agora frente a frente somente com a diretoria.

“Entendemos que o torcedor é o maior patrimônio do São Paulo, então queremos participar ativamente da vida do clube e, junto com a diretoria, decidir o futuro do time”, defende Henrique Gomes, o Baby, presiden- te da Independen­te. “Queremos entender o que vem ocorrendo há anos no clube, que faz o time ficar lutando apenas para não cair. Vamos questionar a diretoria sobre as reformulaç­ões do elenco na temporada (venda de jogadores), vamos levantar a bandeira de que o sócio-torcedor tenha direito a vo- to nas eleições para a presidênci­a. Agora estamos movidos pela razão, e não mais pela emoção”, afirmou o presidente da torcida organizada. Aproximaçã­o. A tentativa de aproximaçã­o das organizada­s com o clube acontece cerca de um ano depois do incidente no CT, quando um grupo de torcedores invadiu o local para protestar contra a má fase do time.

Na semana passada, onze pessoas foram condenadas por arrombar o portão do CT, furtar equipament­os e agredir atletas da equipe. As penas variam de pagamento de multa em dinheiro no valor de até dez salários mínimos (R$ 9.370), prestação de serviço comunitári­o e reclusão em regime aberto por violação de domicílio qualificad­o. Eles foram absolvidos da acusação de associação criminosa.

Entre os condenados, está Baby, que recorrerá da decisão. Ele garante que o planejamen­to das ações das organizada­s não será afetado. “Vamos conversar nesta semana e definir o que levaremos para a diretoria. Nossa postura é de cobrar de forma respeitosa. É assim que eles vão nos ouvir.”

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ALEX SILVA/ESTADÃO–9/9/2017 Força. Independen­te fala em ‘participaç­ão da vida do clube’

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