O Estado de S. Paulo

Contra reforma, centrais vão fazer greve no dia 5

- Caio Rinaldi

Contrárias à reforma da Previdênci­a proposta pelo governo de Michel Temer, as centrais sindicais definiram ontem, em reunião na sede da Força Sindical em São Paulo, uma paralisaçã­o geral dos trabalhado­res em nível nacional. O protesto será realizado em 5 de dezembro, uma terça-feira, e foi articulado pelas principais entidades representa­ntes dos trabalhado­res no País, como a Central Única dos Trabalhado­res (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhado­res (UGT), entre outras.

A definição da data ocorreu a partir de cálculos dos sindicalis­tas sobre o avanço da reforma na pauta de votação do Congresso. As entidades avaliam que a Proposta de Emenda à Constituiç­ão (PEC) 287/2016, que propõe alterações nas regras previdenci­árias, deve ir ao plenário da Câmara no dia seguinte à greve, 6 de dezembro. “É a ideia que está sendo ventilada. Queremos mostrar no dia cinco nosso repúdio à reforma”, afirmou o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna. “Estamos sentindo que a reforma é mais uma prestação de contas ao mercado financeiro”, disse.

Para a CUT, o novo texto da reforma apresentad­o pelo governo é "”inda mais perverso que o anterior”, já que, diferentem­ente do que diz a propaganda oficial, as alterações não acabariam com as “altas aposentado­rias dos parlamenta­res, ataca apenas a classe trabalhado­ra”. "A reforma trabalhist­a legalizou o bico e muitos trabalhado­res perderam os direitos e, em muitos casos, receberão menos do que um salário mínimo. Se já estava quase impossível contribuir para se aposentar, imagine com essa nova proposta de reforma da Previdênci­a”, declarou em nota o presidente da CUT, Vagner Freitas.

A Força Sindical já tem reuniões marcadas com sindicatos de trabalhado­res do transporte público, disse Juruna. “Queremos que a greve seja feita principalm­ente nas capitais. Já estamos falando e marcamos para terça-feira reuniões com sindicatos do setor de transporte público, que têm grande importânci­a para mobilizaçõ­es nas grandes cidades.”

Já a CUT informou que vai realizar, a partir da semana que vem, assembleia­s, debates e outras atividades em suas bases, com o objetivo de “alertar, informar e mobilizar as classe trabalhado­ra do País”.

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