Grêmio é tri e Renato entra para a história
Renato Gaúcho leva o Grêmio ao tri da América e se torna o primeiro brasileiro a vencer torneio como jogador e técnico
Time venceu o Lanús (2a1) e conquistou seu 3º título da Libertadores. Renato Gaúcho é o 1º brasileiro a vencer o campeonato como jogador e como técnico.
Grêmio e Renato Gaúcho fizeram história ontem à noite. Com a vitória por 2 a 1 sobre o Lanús, em pleno estádio La Fortaleza, o Tricolor entrou para a galeria dos tricampeões da Copa Libertadores, juntando-se, entre os clubes do País, a São Paulo e Santos. E Renato tornou-se o primeiro brasileiro campeão do torneio como jogador e treinador. Fernandinho e Luan, com um golaço, foram os heróis da conquista e fizeram a festa dos milhões de gremistas pelo Brasil.
Os dois outros títulos do Grêmio foram ganhos em 1983 e 1995. Renato esteve na primeira conquista – era o ponta-direita daquele time. Como treinador, consegue o feito maior, depois de amargar o vice-campeonato com o Fluminense em 2008.
Mas o Grêmio teve muitos outros destaques ontem, além de Renato, que cumpriu a promessa de levar uma equipe ofensiva a campo, mesmo com a vantagem de ter vencido na ida por 1 a 0, e anulou completamente o Lanús no primeiro tempo, quando a sua equipe marcou os dois gols. Na etapa final, então, foi só administrar o resultado diante de um adversário já combalido.
O tri do Grêmio também premia uma equipe que durante toda a temporada mostrou um futebol bonito, de qualidade. Se a expectativa ontem era de um jogo tenso, até pelo que foi visto em Porto Alegre, o Grêmio tratou de resolver com um futebol de muita qualidade. Pressionando a marcação adversária e com Luan inspirado, praticamente garantiu a conquista na primeira etapa. Na segunda, nem mesmo o susto com o gol de Sand, de pênalti, impediu a festa.
Com o triunfo, Luan, Pedro Geromel, Arthur, Marcelo Grohe e cia. garantiram para o Grêmio vaga no Mundial de Clubes da Fifa, que será disputado em Abu Dabi em dezembro. O time gaúcho tentará a sua segunda conquista – venceu em 1983. No Mundial, o Grêmio vai estrear contra o vencedor de Pachuca, campeão da Concacaf, Wydad Casablanca, campeão africano, no dia 12 de dezembro.
Surpresa gaúcha. Quem esperava um Lanús ofensivo, pressionando o Grêmio, viu logo nos primeiros minutos justamente o cenário inverso. Aos oito, Fernandinho teve a primeira boa chance, mas parou em Andrade. Pouco depois, foi a vez de Barrios desperdiçar boa oportunidade.
A frustração do Lanús era evidente e foi traduzida nos dois cartões amarelos recebidos antes mesmo dos 20 minutos. A superioridade gremista era tanta, que silenciou a torcida mandante. E ela finalmente se transformaria em vantagem no placar, aos 26 minutos.
Foi em um erro argentino que o Grêmio abriu o placar. Após falta afastada pela defesa brasileira, José Gómez tentou recolocar o time argentino no ataque, mas pegou mal e entregou no pé de Fernandinho. Veloz, o atacante arrancou do meio de campo sem permitir a reação do lateral. De frente para Andrada, encheu o pé para balançar a rede.
O que já era um domínio claro gremista se transformou em uma aula. A marcação por pressão impedia qualquer ataque do Lanús. O time gaúcho envolvia o adversário em rápidas trocas de passes, quase sempre capitaneadas por Luan.
Atordoado, o Lanús voltou a falhar aos 41 minutos. Jaílson recebeu no meio de campo, percebeu o erro de posicionamento da defesa e encontrou Luan sozinho na esquerda. O atacante até perdeu o tempo da bola no domínio, mas mostrou toda sua qualidade para cortar dois marcadores e dar belo toque por cobertura sobre Andrada. Um golaço para apagar de vez o adversário e colocar a mão na taça.
No segundo tempo, o Grêmio tratou de diminuir o ritmo. Até pela impossibilidade física de manter a intensidade, recuou a marcação e passou a lutar por um contra-ataque, o que deu mais espaço ao adversário para criar. O duelo, porém, se desenrolava à maneira do Grêmio, sem grandes emoções.
Até que aos 25 minutos, em uma rara desatenção da defesa, Acosta girou em cima da defesa e foi derrubado por Jaílson na área. O árbitro marcou pênalti, que Sand bateu com categoria, deslocando Marcelo Grohe, para diminuir.
O Lanús até tentou colocar fogo na partida com o gol, mas o Grêmio manteve a calma e controlou o ímpeto adversário. E esteve até perto do terceiro gol, mas Luan, desgastado, errou o alvo. Mas não faria falta. O título e a comemoração eram tricolores.