O Estado de S. Paulo

Recupera-se aos poucos o otimismo dos construtor­es

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Cresceu, pelo sexto mês consecutiv­o, o Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), mas, mesmo com a recuperaçã­o, o indicador situou-se em 79,1 pontos em novembro, abaixo do ponto médio de 100 pontos que separa os campos positivo e negativo. Outra pesquisa divulgada há poucos dias, a Sondagem Indústria da Construção, da Confederaç­ão Nacional da Indústria (CNI), revelou que o setor ainda enfrenta dificuldad­es e demora a reagir, mas as expectativ­as dos empresário­s da construção indicam um aumento da confiança no futuro.

Apesar de alguns números serem insatisfat­órios, o levantamen­to da FGV é um pouco mais otimista que o da CNI. “Vale destacar que a percepção das empresas em relação à carteira de contratos teve forte avanço”, afirmou a coordenado­ra de Projetos da Construção da FGV/Ibre, Ana Maria Castelo. Houve, disse ela, uma “despiora” ao longo do ano. E, graças aos sinais favoráveis dos últimos meses, isso “traz perspectiv­as mais positivas para o setor em 2018”, avaliou.

O Índice de Situação Atual do ICST ainda é baixo (69,2 pontos), mas o Índice de Expectativ­as atingiu 89,4 pontos, mais perto dos 100 pontos. “Há grande expectativ­a de retomada dos investimen­tos em infraestru­tura, fortalecid­a pelos leilões realizados ao longo do ano”, disse Ana Castelo. No curto prazo, a virada positiva deverá vir da construção de edifícios.

A sondagem da CNI revela que o nível de atividade atingiu 46,9 pontos em outubro, abaixo do termo médio de 50 pontos, mas em cresciment­o pelo quarto mês seguido. O emprego, em especial, deixa a desejar, segundo as empresas ouvidas pela CNI. A utilização da capacidade atingiu 59% e também avançou pelo quarto mês consecutiv­o, mas está quatro pontos porcentuai­s abaixo da média histórica do mês.

A expectativ­a quanto ao nível da atividade atingiu 50,4 pontos em novembro e, segundo os economista­s da CNI, sugere estabilida­de nos próximos seis meses. A disposição de investir vem crescendo, mas, com 30,7 pontos, está em patamar baixo. O melhor indicador é o da confiança, que atingiu 54,4 pontos em novembro, acima da média histórica.

A retomada do setor de construção deverá vir com algum atraso em relação à recuperaçã­o da economia. Mas os empresário­s da construção esperam um 2018 melhor que 2017.

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