1,8 milhão de crianças já trabalham
O Brasil tinha 1,8 milhão de crianças e adolescentes entre 5 anos a 17 anos trabalhando em 2016, sendo que 1,208 milhão estava em situação de trabalho infantil a ser erradicado. Entre as mais novas, na faixa de 5 anos a 13 anos, eram 190 mil trabalhando e apenas um quarto recebia alguma remuneração, segundo dados da Pnad Contínua divulgados ontem pelo IBGE.
“O que está na base do trabalho infantil é a precarização do trabalho dos pais. Seja na forma regular ou informal, a motivação é melhorar a renda da família. A solução passa por melhorar o ganho de renda dos pais”, ressaltou Júlio Miragaya, presidente do Conselho Federal de Economia (Cofecon).
Segundo o IBGE, o nível de escolaridade das mães faz diferença no trabalho infantil. Quanto maior a escolaridade da responsável mulher no domicílio, mais raro é o trabalho infantil. Tanto que 37,9% das crianças e adolescente de 5 anos a 17 anos que estavam ocupados em 2016 moram em casas cuja responsável mulher tem fundamental incompleto. “Todo trabalho de 5 a 13 anos é trabalho infantil a ser erradicado”, ressaltou Flávia Vinhaes Santos, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.
O IBGE mediu ainda um trabalho que muitas vezes sobrecarrega, sem que seja contabilizado. Metade das crianças e adolescentes brasileiros, um contingente de 20,1 milhões de pessoas, realizava afazeres domésticos ou era responsável pelo cuidado de outras pessoas, como irmãos mais novos.