O Estado de S. Paulo

Um gás para a coquetelar­ia nacional

- Matheus Prado ESPECIAL PARA O ESTADO

O gim caiu no gosto do brasileiro – já são 12 rótulos nacionais – e a onda está agitando o mercado de sua mais fiel escudeira, a água tônica. Além de dividir um dos drinques mais famosos do mundo, o gim tônica, a efervescen­te bebida também está ganhando mercado em solo nacional. Três marcas locais, novatas e artesanais, Be Pop, Wewi e 202, e uma gigante internacio­nal disputam o espaço antes monopoliza­do pela Schweppes.

Os três rótulos surgiram há menos de um ano para dar um gás nos drinques nacionais. A Be Pop foi lançada em agosto de 2016, como um braço da cervejaria artesanal Blondine; a 202 entrou no mercado em março de 2017 produzida pelo chef Marcos Lee; e a Wewi, produto orgânico apresentad­o em junho desse ano, chega em duas versões: a original e a rosé. E não para por aí. Pelos menos outras duas marcas chegam ao mercado em breve, uma delas lançada pela Amázzoni, produtora de gim nacional.

Entre as marcas internacio­nais, a maior do mundo chegou por aqui em janeiro deste ano. É a inglesa Fever-Tree, que domina a Europa com seus 15 rótulos de tônica (cinco deles vendidos no Brasil).

Um dos grandes obstáculos para a aceitação da tônica no país é o amargor da bebida, conferido pelo hidroclore­to de quinino – é a mesma substância extraída de um arbusto chamado quina, e utilizada no tratamento da Malária, em doses maiores, é claro.

Aos poucos, o doce vai perdendo espaço para o amargo nas coquetelei­ras nacionais. Essa tendência vem sendo sentida também em outras áreas, como no café e na cerveja, o que estimulou o cresciment­o de outros mercados.

Hans Scheller, proprietár­io do bar G&T, espaço que trabalha exclusivam­ente com o gim tônica, fala sobre essa evolução da bebida no paladar do brasileiro. “O público local está tomando gosto pela bebida, porque apesar do sabor forte, é muito refrescant­e”, diz. Barman do premiado Guilhotina, Márcio Silva considera importante que o Brasil trabalhe para desenvolve­r seus próprios rótulos de água tônica. “Existe uma demanda muito grande. Por isso é preciso produzir e melhorar cada vez mais”, diz.

Para eles, os bartenders, o maior desafio das marcas nacionais é encontrar uma receita neutra que funcione com vários tipos de gim sem perder o gás.

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Trio tupiniquim. As novas tônicas brasileira­s

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