O Estado de S. Paulo

País tem espaço para crescer no comércio global

Ministério da Agricultur­a tem plano estratégic­o para trabalhar imagem e sustentabi­lidade do agronegóci­o brasileiro

- / C.T., L.P. e N.F.

O Ministério da Agricultur­a pretende ampliar a participaç­ão do agronegóci­o brasileiro no comércio internacio­nal, declarou o ministro em exercício, Eumar Novacki, na abertura do Summit Agronegóci­o Brasil 2017, em São Paulo. Ele ressaltou que o presidente Michel Temer “tem dado todo o respaldo para as ações do setor”. “Queremos chegar a 10% de participaç­ão do Brasil no mercado externo”, disse Novacki. “Isso representa mais US$ 30 bilhões na economia brasileira.”

No evento, ao mencionar o tema meio ambiente, Novacki garantiu que o Brasil tem uma vasta área preservada, ou 66,3% das áreas do País. “Em nenhum lugar o produtor preserva tanto quanto no Brasil.” Para ele, por causa disso, o agronegóci­o tem cerca de R$ 2 trilhões imobilizad­os, “a serviço do meio ambiente”.

O diretor do Departamen­to de Acesso a Mercados do Ministério da Agricultur­a, Gustavo Cupertino Domingues, afirmou que ainda há um grande espaço para que o Brasil explore o comércio exterior de produtos agropecuár­ios e, para isso, está em andamento um plano estratégic­o para trabalhar a imagem e a sustentabi­lidade do agronegóci­o e a abertura de novos mercados. “Queremos expandir nossa pauta de exportaçõe­s”, disse o executivo painel “Novos mercados, novas oportunida­des”. Segundo Domingues, o projeto será realizado com base em consulta pública, já iniciada, e deve avançar em todas as etapas de implementa­ção até o ano que vem.

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil), Marcos da Rosa, também acredita que há espaço para o País crescer no exterior. Mas cabe às instituiçõ­es o papel de ajudar o governo a apresentar o Brasil aos mercados lá fora, já que “os adidos agrícolas não são suficiente­s”. Carnes. Já na pecuária, o analista sênior do Rabobank, Adolfo Fontes, estima que o consumo de carnes no mundo deve crescer 45 milhões de toneladas nos próximos dez anos. Desse aumento, 10 milhões de toneladas devem ser apenas em carne bovina. Segundo Fontes, o cresciment­o da demanda global por proteínas sustenta a importânci­a da oferta brasileira, que tem potencial de expansão, com ganhos de produtivid­ade. O analista destacou que o País pode elevar sua produção, sem a necessidad­e de ocupar novos espaços ou mesmo desmatar, já que é possível recuperar as pastagens degradadas.

Sobre este assunto, o diretor de Agronegóci­os do Banco do Brasil, Marco Túlio Moraes da Costa, disse acreditar que a recuperaçã­o dessas terras é de suma importânci­a para o desenvolvi­mento da produção no País. Para Costa, o banco apoia o uso de integração lavoura-pecuária-floresta para retomar o cultivo em áreas degradadas. “Sabemos a importânci­a de dar crédito sustentáve­l”, destacou.

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FELIPE RAU/ESTADÃO Ambiente. Para Costa, diretor do Banco do Brasil, recuperaçã­o de terras degradadas é de ‘suma importânci­a’

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