Para governo, setor já tem programas de longo prazo
A ideia de reformulação das políticas em favor de um planejamento de longo prazo para o agronegócio enfrenta resistências no governo. Para o secretário de Política Agrícola Substituto do Ministério da Agricultura, Sávio Pereira, o setor já conta com políticas plurianuais, com revisões ano a ano e que não podem escapar de acompanhar as instabilidades da economia. “Alguns programas de financiamento público, como o Moderfrota, destinado à aquisição de máquinas agrícolas, existem há mais de 15 anos. A Política de Garantia de Preços Mínimos foi criada em 1943”, defende Pereira, que ressalta que o Brasil tem uma das políticas agrícolas mais bem estruturadas do mundo. Sobre o seguro agrícola, tema que sempre volta à baila em ano eleitoral, ele diz que ofertar ao produtor brasileiro algo nos moldes do que os EUA oferecem aos seus produtores é descabido. “O orçamento anual americano para a área gira em torno de US$ 15 bilhões, cifra bem distante da realidade brasileira, de R$ 400 milhões (para o atual ano-safra).”
Pereira enfatiza que as mudanças propostas ou já existem na atual política agrícola ou ultrapassam o ambiente do setor. “Dependem da conjuntura política nacional, da redução da taxa de juros básica e da estabilização da economia”, diz. O representante do ministério admite, porém, que o atual sistema de seguro agrícola está, de fato, aquém do ideal. Mas comenta que, por causa das instabilidades da economia, equalizações de taxas de juros, principalmente as de custeio, continuarão a ser feitas.