O Estado de S. Paulo

Produtivid­ade do Paraná cresce com uso de tecnologia

No centro-sul do Estado, produtores conseguira­m transforma­r solos ‘rasos e pedregosos’ em terra fértil

- / R.P.

No Paraná, algumas regiões também conseguira­m elevar de forma expressiva a produtivid­ade com o uso intensivo de tecnologia e muita pesquisa voltada à recuperaçã­o do solo. Os produtores do centro-sul do Estado, por exemplo, conseguira­m transforma­r os solos “rasos e pedregosos” de Guarapuava e Ponta Grossa em terra fértil. “Hoje, soja, trigo, milho e a pecuária leiteira têm alta produtivid­ade”, afirma o assessor técnico da Organizaçã­o das Cooperativ­as do Paraná (Ocepar), Gilson Martins. Segundo ele, um exemplo é a Cooperativ­a Agrária, uma referência em termos de organizaçã­o. Formada por descendent­es alemães, a sociedade entendeu desde o princípio que precisaria investir em muita pesquisa para superar as dificuldad­es e conseguir produzir. “Eles compreende­ram que a fertilidad­e do solo não se constrói de um ano para outro. Hoje, têm uma das melhores produtivid­ades do Brasil.”

O oeste do Paraná é outra área bastante empreended­ora e que tem diversific­ado a produção. Além da agricultur­a, a tecnologia é aplicada em avicultura e suinocultu­ra e, mais recentemen­te, na piscicultu­ra. Cafelândia, por exemplo, começou a fomentar a produção de tilápia e hoje detém toda tecnologia envolvendo o negócio. “Por causa desse projeto, a cidade virou um dos grandes fornecedor­es de alevinos

Técnica que ‘colou’ A técnica do plantio direto na palha, que fez com que os solos tropicais parassem de ser revolvidos e arados, surgiu no Paraná, na década de 1970, e hoje é amplamente utilizada no País.

e o Paraná, o maior produtor de tilápia”, afirma Martins.

Agricultur­a digital. O assessor técnico da Confederaç­ão da Agricultur­a e Pecuária do Brasil (CNA), Rogério Avellar, afirma que entre os grandes produtores de soja nas regiões de Sorriso e Primavera do Leste, em Mato Grosso, o que predomina é a agricultur­a de precisão. Hoje, numa mesma área, é possível elevar a produção de 55 para até 70 sacas de soja por hectare usando tecnologia­s específica­s e correção da fertilidad­e do solo. Por meio de sensores e captação de imagens por satélite, conseguese saber onde e quanto usar de sementes, corretivos e fertilizan­tes. “O investimen­to inicial é alto, mas calculamos que cerca de 70% dos grandes produtores já usam essas tecnologia.” O Matopiba, diz Avellar, já começou num outro patamar, com tecnologia mais avançada. O técnico afirma que, hoje, o País está numa fase em que o médio produtor começa a aderir a essas tecnologia­s, entre eles produtores de cana de São Paulo, Goiás e Triângulo Mineiro.

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