Fuja da onda dos modismos
O verão de 2015 ficou marcado pela multiplicação das paleterias mexicanas, com picolés recheados que se tornaram a febre da estação. Veio o inverno e uma seleção natural fez com que poucas marcas se mantivessem no mercado. Pouco depois houve a ascensão e queda dos food trucks paulistanos e, atualmente, há quem diga que vivemos fenômeno parecido com as chamadas barbearias gourmet, que oferecem de cerveja artesanal a mesa de bilhar para seus clientes.
A derrocada das paleterias e a própria crise econômica podem ter servido como aula de administração para alguns pequenos empresários, segundo especialistas. “O que há de bom para 2018 é que temos empreendedores muito mais calejados nesse sentido”, diz o conselheiro do Centro de Empreendedorismo do Insper, Rafael Coelho. “Crise nunca é boa, mas, se podemos olhar a crise de um jeito bom, é que ela separa o empreendedor que realmente sabe empreender do cara que estava querendo só surfar uma boa onda.”
Já para o coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero, em 2018 o pequeno empreendedor deve ficar atento a mercados como o dos petshops, bufês infantis e pizzarias delivery. “Há um excesso de oferta”, diz Balistiero. “Não precisava ser PhD em Economia para saber que o setor de paleterias iria desaparecer ou impor a muita gente um prejuízo gigantesco.”