O Estado de S. Paulo

Setor prevê cresciment­o moderado

Receita de franqueado­s deve aumentar de 8% a 10% no próximo ano, conforme projeção da ABF

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AAssociaçã­o Brasileira de Franchisin­g (ABF) projeta um cresciment­o moderado do setor para o ano que vem. Em relação a 2017, a previsão é de aumento de 5% a 6% em novas unidades – atualmente, são 147.539 lojas no Brasil – e de 8% a 10% na receita. “A economia ter baixado as taxas de juros e a injeção do dinheiro da liberação do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) ajudam. Quem tem dinheiro está reavaliand­o entre deixá-lo no banco e investi-lo na economia, por exemplo, com uma franquia, para colher frutos”, explica Altino Cristofole­tti Junior, presidente da ABF.

A área de alimentaçã­o, com 20% das franquias no Brasil em 2016, lidera o faturament­o. Dados da ABF apontam que, no terceiro trimestre de 2017, esse segmento movimentou em torno de R$ 10,9 bilhões, um aumento de 6 % em relação ao mesmo período de 2016 (cerca de R$ 10,2 bilhões). O administra­dor de empresas Emerson Sérgio, de 43 anos, está entre os que investiram nessa área: abriu a sua primeira franquia da Jin Jin Wok (culinária asiática) em 2009, no Iguatemi Campinas, shopping no interior de São Paulo. No ano passado, inaugurou uma segunda unidade, no Plaza Shopping Itu. “O setor de alimentaçã­o é o último a sentir o impacto

(da crise) e o primeiro a se recuperar. Todo mundo deixa de trocar de carro ou de comprar roupa para comer”, diz. “Mas tivemos de nos remodelar, nos adequar ao mercado, reduzir funcionári­os.”

Apesar de certo otimismo para 2018, Amnon Armoni, coordenado­r do MBA Estratégic­o em Negócios da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), alerta para os cuidados com investimen­tos em franquias. “Saímos daquele círculo negativo, para começar a pensar em ir para frente. Os indicadore­s são positivos. Só não se pode superproje­tar nada. O negócio tem de ser visto sem paixão, tem de dar retorno. O amor pela gastronomi­a não faz um restaurant­e ter sucesso”, afirma Armoni.

E completa: “Nenhum negócio vai para a frente se você não for realista. É saber projetar o quanto vai vender, ter mercado para o que você pretende fazer, ter preço compatível. Sempre ter um fôlego

(reserva financeira). Tem de considerar que um negócio leva tempo. O Sebrae (Serviço Brasileiro de

Apoio às Micro e Pequenas Empresas) pode ajudar com esse planejamen­to”. Um dos pontos que devem ser analisados pelo futuro empresário é o do investimen­to, pois a amplitude de valores para se abrir uma franquia é muito grande.

Para Marcus Rizzo, consultor e proprietár­io da Rizzo Franchise, pontos positivos também apareceram com a dificuldad­e dos últimos anos. “A crise purificou várias redes, limpou muitos negócios que não tinham a menor possibilid­ade de acontecer. Estávamos num oba-oba de abertura de franquias.”

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LOURDES GONÇALVES SOUTO Decisão. Para enfrentar a crise, Antonini diminuiu a folha de pagamento em 20%

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