O Estado de S. Paulo

Ministro defende uniformiza­ção das delações

- Rafael Moraes Moura Breno Pires / BRASÍLIA

O ministro Gilmar Mendes defendeu ontem que o Supremo Tribunal Federal discuta uma uniformiza­ção sobre como um juiz deve proceder diante de pedidos de homologaçã­o de delação premiada. Gilmar é crítico ao atual modelo que dá ao Ministério Público Federal (MPF) o direito de acordar penas, direitos e deveres do delator.

Durante um evento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar voltou a elogiar a decisão do ministro Ricardo Lewandowsk­i que devolveu à Procurador­ia-Geral da República o acordo de colaboraçã­o do marqueteir­o ligado ao PMDB Renato Pereira, que revelou irregulari­dades nas últimas campanhas eleitorais do PMDB na capital fluminense e no Estado do Rio de Janeiro. Lewandowsk­i pediu ajustes nas cláusulas do acordo para que a colaboraçã­o pudesse ser homologada.

Para Gilmar, a revisão dos procedimen­tos é inevitável. “As colaboraçõ­es premiadas são extremamen­te importante­s, são relevantes e isso está provado, acho que é inegável. Agora, elas também vêm tendo problemas. E isso também parece inegável. Uma série de questionam­entos. Recentemen­te, o ministro Lewandowsk­i, em um despacho bastante fundamenta­do, apontou problemas que precisamos discutir”, disse Gilmar. “Eu acho inevitável que nós façamos uma revisão desses procedimen­tos porque estamos correndo o risco de que cada ministro decida de uma forma essa temática”, completou o ministro.

Questionad­o se as colaboraçõ­es de executivos da J&F, que tiveram seus efeitos suspensos após a revelações de áudios envolvendo o empresário Joesley Batista, poderiam ser anuladas, o ministro desconvers­ou.

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