O Estado de S. Paulo

Papa pede perdão a rohingyas

-

O papa Francisco reuniu-se ontem em Daca, Bangladesh, com 18 refugiados da minoria muçulmana rohingya, que fugiram da perseguiçã­o em Mianmar, e utilizou o nome da etnia pela primeira vez desde o início de sua viagem à Ásia.

“A tragédia de vocês é muito difícil, muito grande, mas tem um lugar em nossos corações. Em nome de todos aqueles que os perseguem, que lhes fizeram mal, principalm­ente na indiferenç­a do mundo, eu peço perdão!”, disse.

“A presença de Deus hoje também se chama rohingya”, declarou, ao término do encontro com os muçulmanos que fugiram da violência no país vizinho, de maioria budista. “Vamos continuar a trabalhar para garantir que seus direitos sejam reconhecid­os.” Shawkat Ara, uma menina de 12 anos, chorou ao encontrar Francisco: “Meus pais foram mortos, não tenho mais alegria”. Mohamed Ayub, de 32 anos, contou que seu filho de 3 anos foi morto na violência no Estado de Rakhine, epicentro da crise em Mianmar.

Após visitar Mianmar, Francisco foi criticado por não ter usado o termo rohingya, considerad­o tabu no país. Uma das condições para que fosse recebido foi essa. O êxodo desta minoria constituiu o fio condutor da viagem de Francisco, que começou na segundafei­ra em Mianmar e termina hoje à tarde em Bangladesh. Mais de 620 mil pessoas da minoria muçulmana apátrida entraram em Bangladesh desde o fim de agosto. Eles tentam escapar da violência do Exército de Mianmar, que a ONU chamou de “limpeza étnica”.

 ?? MOHAMMAD PONIR HOSSAIN/REUTERS ?? Bangladesh. Francisco encontra líderes religiosos
MOHAMMAD PONIR HOSSAIN/REUTERS Bangladesh. Francisco encontra líderes religiosos

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil