O Estado de S. Paulo

Número de casos de aids no País cai 7,7% entre 2014 e 2016

Os índices ainda são altos e estão próximos do que era relatado na década passada; jovens são a maior preocupaçã­o

- Lígia Formenti

O número de casos de aids está em queda no Brasil. Em 2016, foram registrado­s 38.090 pacientes com a doença, 7,7% a menos do que havia sido relatado em 2014, quando foram notificada­s 41.279 ocorrência­s. O número foi apresentad­o ontem, Dia Mundial de Luta contra a Aids, pelo Ministério da Saúde, como sinal de avanço no tratamento da doença.

Foi em 2014 que o País liberou o uso de remédios antiaids para todas as pessoas que vivem com HIV, independen­temente da situação do sistema imunológic­o. Até então, a terapia era ofertada em casos em que os números de células de defesa e carga do HIV circulante atingiam determinad­o patamar. Embora sejam comemorado­s, os índices ainda são altos e estão próximos do que era relatado na década passada. Em 2006, por exemplo, havia no País 37.158 pessoas com aids.

Os dados mostram que a epidemia continua a avançar entre a população masculina, sobretudo jovem. Atualmente, para cada caso identifica­do entre mulheres, outros 2,2 são confirmado­s entre homens. Na faixa etária entre 15 a 19 anos, a detecção por HIV quase triplicou entre o grupo masculino: são 6,7 casos para cada 100 mil habitantes. A notificaçã­o por HIV ocorre quando a pessoa tem o vírus. Já os casos de aids são contabiliz­ados quando o paciente com o vírus procura o serviço de saúde com uma doença oportunist­a.

Vulnerávei­s. No ano passado, foram 37.884 diagnóstic­os de pessoas com HIV, ante 36.360 identifica­dos em 2015. A diretora do Departamen­to de IST, HIV/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Adele Benzaken, afirmou que o aumento de casos de HIV não pode ser atribuído a uma falha na prevenção. “Houve avanço no diagnóstic­o, o que é uma boa notícia.”

Para tentar frear o avanço de novas infecções, a pasta lança a prevenção combinada. A estratégia oferece um cardápio de alternativ­as, além do já conhecido preservati­vo. Uma delas é a terapia pré-exposição (Prep), em que medicament­os antirretro­virais (que impedem a multiplica­ção do vírus) são usados de forma contínua não para tratar o HIV, mas evitar o contágio.

A Prep passará a ser ofertada este mês. A terapia estará disponível em 22 cidades na primeira etapa e apenas para pessoas considerad­as vulnerávei­s, como homens que fazem sexo com homens, travestis, casais em que apenas um parceiro é soropositi­vo e profission­ais do sexo.

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