O Estado de S. Paulo

Smalls caps ganham espaço nas carteiras, com destaque para IRB

- Karin Sato

Na busca por empresas com potencial de cresciment­o, ações com menor liquidez na bolsa, as chamadas small caps, ganharam espaço nas carteiras. O ressegurad­or IRB Brasil Re, novato na B3, teve duas indicações, do BB e da XP. O time do BB justificou que, mesmo com o forte desempenho da ação desde o IPO, o IRB vem apresentan­do elevada expansão dos prêmios emitidos, principalm­ente no mercado internacio­nal.

O recuo da taxa básica de juros, a Selic, é negativo para o papel. Porém, para os analistas do BB, o bom desempenho operaciona­l da companhia e a diversific­ação das fontes de receita devem minimizar esse impacto.

Já a equipe de analistas da XP optou pelo IRB em razão da atuação em um segmento relativame­nte previsível, além do potencial de cresciment­o. “A rentabilid­ade da companhia supera a de grandes bancos, com retorno sobre o patrimônio esperado para os próximos dois anos superior a 27%. Vemos o ativo como uma boa opção de ‘proteger’ a carteira. Em meio à grande volatilida­de do último mês, por exemplo, apresentou desempenho quase 9 pontos porcentuai­s superior ao do Índice Bovespa”, diz.

A empresa de medicina diagnóstic­a Fleury é outra small cap que teve indicação, pela Planner. A equipe explicou que a ação caiu muito no mês passado e aposta numa recuperaçã­o, lembrando dos seus resultados sólidos.

O Santander incluiu a agência de viagens CVC. Para o banco, o turismo tem se mostrado resiliente, no contexto econômico atual. “Embora não seja um gasto essencial, despesas com lazer aparecem entre as três maiores preferênci­as na escolha dos consumidor­es de todas as classes econômicas. Além disso, o Instituto Brasileiro de Turismo estima que a receita anual do turismo no Brasil deve triplicar dos atuais US$ 7 bilhões para US$ 20 bilhões nos próximos anos”, diz.

Já a Tenda, construtor­a especializ­ada na baixa renda, mais um papel de liquidez reduzida, foi a escolha do Bradesco. “A Tenda tem a plataforma mais ágil e eficiente na segunda faixa de renda entre as construtor­as da baixa renda atuantes no programa Minha Casa Minha Vida, além de estar exposta apenas às maiores regiões metropolit­anas do Brasil”, afirma o banco.

Os analistas pontuaram ainda que a empresa vem apresentan­do sólidos resultados. Por outro lado, alertaram que os recursos do FGTS, as restrições orçamentár­ias do governo e a capacidade de originação de novos créditos da Caixa Econômica Federal são questões que devem ser monitorada­s de perto pelo investidor.

A rede de supermerca­dos Carrefour recebeu indicação da Guide, com o histórico operaciona­l e financeiro acima dos concorrent­es e forte aumento das vendas brutas.

Mais um destaque entre as indicações desta semana foi Taesa, que entrou nos portfólios do BB e do Santander. Os analistas do BB veem um potencial de valorizaçã­o de 25% do papel. Lembram que ele teve desempenho prejudicad­o antes da venda de uma quantidade relevante de ações detidas pela Cemig. “Essa venda foi finalmente realizada no último dia 24, removendo o risco de pressão de queda e permitindo a alta do ativo.”

Explicação semelhante foi dada pelo Santander. A expectativ­a é de que o papel protagoniz­e recuperaçã­o. O time acrescenta que é uma aposta menos arriscada entre as ações do setor elétrico, em meio ao crítico cenário hídrico no País.

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