O Estado de S. Paulo

Maia defende que candidatos apoiem reforma

- Roberta Pennafort / RIO

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEMRJ), disse ontem que parlamenta­res que se candidatar­em em 2018 sem terem votado favoravelm­ente pela reforma da Previdênci­a estarão iludindo seus eleitores. “Não consigo entender como alguém vai para a eleição prometendo alguma coisa para as pessoas que precisam do Estado brasileiro, de educação e saúde de melhor qualidade, sem discutir a Previdênci­a. Do meu ponto de vista, quem faz isso está mentindo muito”, declarou.

“Tenho tanta clareza de que quem está preocupado com as pessoas que ganham menos, com o futuro das crianças brasileira­s, são os que querem fazer a reforma hoje, que vou continuar defendendo a votação, por mais que eu saiba que é muito difícil”, afirmou Maia, no Rio, em evento sobre segurança pública na Procurador­ia-Geral do Estado.

Para o deputado, a aprovação da reforma em 2017 resultará num 2018 de recuperaçã­o econômica e mais empregos. Ao comentar os resultados do PIB, disse que a reforma trabalhist­a já está ajudando a economia.

“O mais importante é que está se projetando cresciment­o de 3% no próximo ano, o que vai significar recuperaçã­o forte do setor produtivo, geração de emprego. A reforma trabalhist­a está ajudando”, argumentou.

O presidente da Câmara voltou a dizer que é melhor se manter realista sobre as dificuldad­es de aprovar a reforma da Previdênci­a ainda em 2017. “A gente sabe que está muito distante dos 308 votos (necessário­s à aprovação), mas também que a única forma de melhorar a questão da segurança e outras áreas fundamenta­is é reformar o Estado. A reforma é que vai garantir os investimen­tos e manter os salários dos servidores em dia.”

Ele negou que os servidores da Polícia Federal vão ficar de fora da reformulaç­ão, mas ressalvou que os pleitos feitos pelo novo superinten­dente, Fernando Segovia, serão atendidos. Os policiais poderão se aposentar com idade mínima de 55 anos e terão direito à integralid­ade do salário mesmo tendo ingressado no serviço público depois de 2003, em respeito a uma decisão judicial.

Maia disse esperar que saiam “nos próximos dias” os R$ 3 bilhões de ajuda federal ao Rio, que seriam usados para quitar o 13.º salário de 2016 dos policiais do Estado. Ele defendeu a permanênci­a das tropas federais no Rio até o fim de 2018. “A coordenaçã­o da política de segurança precisa ser do governo federal, até porque as armas que estão matando nossas famílias não são produzidas no Brasil, isso é um crime federal.”

Convicção

“Quem está preocupado com as pessoas que ganham menos são os que querem fazer a reforma hoje.”

Rodrigo Maia PRESIDENTE DA CÂMARA

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