O Estado de S. Paulo

Centrais sindicais cancelam greve contra reforma

- / CAIO RINALDI

As centrais sindicais decidiram, ontem, cancelar a greve geral convocada para o dia 5 de dezembro. O motivo, explicam, foi a decisão do governo de retirar da pauta a votação da reforma da Previdênci­a na Câmara, originalme­nte agendada para o dia 6. O cancelamen­to da greve é mais um indício de que o governo pode continuar adiando o calendário de votação da Proposta de Emenda à Constituiç­ão (PEC) 287/2016 para tentar angariar os 308 votos necessário­s à aprovação.

“O governo não tem votos suficiente­s para aprovar a Reforma da Previdênci­a e decidiu retirar a proposta da pauta”, dizem as entidades sindicais em nota veiculada em seus respectivo­s sites. O documento é assinado por seis centrais sindicais (CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central e CSB).

O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, explicou que apenas a greve geral foi cancelada, mas que as centrais seguem mobilizada­s e atentas à tramitação da matéria. “Mais do que isso, (o adiamento da greve) aumenta a janela de tempo e nos dá mais condições de mobilizar categorias importante­s para a greve.”

A possibilid­ade de a pauta ser colocada em votação ainda em 2017 não foi refutada pelo sindicalis­ta. “O governo ainda pode fazer seus movimentos, ir a campo e buscar votos do jeito que está fazendo: emenda aqui, emenda ali. É assim que ele vai negociando”, explicou. No texto das centrais sindicais, no entanto, reforça que, caso o governo decida remarcar a votação, a greve também será remarcada. “Se marcar a votação, o Brasil vai parar!”.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil