Tite rejeita favoritismo e fala em crescimento
Seleção pega Suíça, Costa Rica e Sérvia na primeira fase e treinador marcará amistosos contra equipes parecidas
O técnico Tite vai preparar a seleção como se tivesse de enfrentar os melhores times do mundo. Nos próximos seis meses, ele buscará amistosos contra equipes com características semelhantes aos rivais da primeira fase: Suíça, Costa Rica e Sérvia. No cruzamento das oitavas de final, a seleção brasileira, caso avance, vai encarar os adversários do Grupo F (Alemanha, México, Suécia e Coreia do Sul).
Ou seja, para não se enfrentarem logo na primeira eliminatória do torneio, Brasil e Alemanha têm de terminar a primeira fase na mesma posição no respectivo grupo – os dois precisam ser primeiro ou segundo colocados na chave. Depois disso, os dois gigantes só poderão se encarar na final do Mundial.
Acima de tudo, Tite quer permitir que a seleção possa “se consolidar e crescer”. “A exigência para enfrentar Costa Rica, Sérvia e Suíça precisa ser a mesma para enfrentar uma Espanha ou uma Inglaterra”, insistiu o técnico do Brasil.
Tite, apesar de ter sido destacado como favorito por todos os demais treinadores, evitou confirmar seu status e, para isso, deu três exemplos. “Em 2006, a Itália era campeã e hoje nem está aqui”, apontou. “Em 2014, a Holanda foi terceira e não está aqui também”, disse. “Já o Chile foi bicampeão da Copa América e está fora. Ou seja, precisamos nos preparar, independentemente dos rivais”. Tite sabe que o Brasil tem um caminho até sua estreia. “Precisamos olhar para nós. Ter variações táticas e estabelecer o respeito e adaptações dependendo dos rivais”, disse. “Vamos ter de construir confiança”.
Fazendo uma avaliação, o treinador deu destaque para a Suíça. “Tem jogadores importantes na Juventus e Arsenal. Grau de dificuldade vai haver”.
Ao longo das últimas Copas, a Suíça apresentou surpresas, ainda que com um futebol sem brilho. Em 2010, começou o Mundial vencendo a Espanha. Em 2014, quase eliminou a Argentina. “Eu tenho experiência de Mundial de Clubes. Mas não de seleções, e eles acumularam entre 2014 e 2018”, comentou.
Sobre a Costa Rica, Tite lembrou que o time deixou os EUA fora do Mundial e que surpreendeu no Brasil. “Deixou marca forte”, disse. O treinador ainda indicou que vai buscar amistosos contra seleções com características semelhantes a dos adversários no seu grupo.
Logística. Edu Gaspar, coordenador de seleções, garantiu que “nada muda” e que o acordo que o Brasil fechou para ficar em Sochi será mantido. Depois de insistir nos últimos dias sobre a vantagem de estar numa cidade com elevadas chances de receber uma partida da seleção, Edu Gaspar mudou o discurso. “Sabemos o quanto a Fifa se preocupa em garantir que o transporte das seleções seja bem feito. Ela garante uma certa privacidade nos aeroportos para que tenhamos tranquilidade. Não é nada complexo como as pessoas se preocupam”.
Na Copa do Mundo de 2014, no Brasil, as quatro seleções que mais viajaram foram também as que mais tiveram dificuldades em campo. Elas foram eliminadas na etapa de grupos.
Edu, que segue com Tite para Sochi hoje, acredita que a CBF, ainda assim, fez um bom negócio. Mas lamentou o sistema da Fifa que exige que as seleções busquem suas bases antes mesmo de saber onde jogarão.
“Nós gostaríamos de jogar em Sochi. Mas a prioridade foi um local bom, com boa infraestrutura e estádio de treinamento próximo. Sochi nos proporcionou isso. O restante dependia do sorteio”, disse Edu.
Se a CBF optar por manter de fato a base em Sochi e fazer bate-volta para cada jogo que disputar na primeira fase, o time vai percorrer em poucos dias mais de 7 mil quilômetros. Se optasse por ir de sede em sede, esse trajeto cairia para 2,4 mil.
‘Precisamos ter variações táticas e estabelecer o respeito e adaptações dependendo dos adversários’ Tite, técnico da seleção brasileira