Crítico feroz da Fifa vira humorista em festa
Gary Lineker, que chegou a exigir reforma profunda na entidade, adota o sutil humor inglês como chefe de cerimônias do sorteio
Um dos maiores críticos da Fifa nos últimos anos, o inglês Gary Liniker se transformou ontem, durante o sorteio da Copa do Mundo, em um humorista, arrancando risos dos cartolas e distribuindo brincadeiras com os demais ex-jogadores.
Liniker foi duramente criticado pela imprensa inglesa por aceitar o cargo de chefe de cerimônias de um evento da entidade alvo de seus ataques. Ele havia exigido reforma da Fifa que jamais ocorreu e insistiu por meses em questionar o comportamento de Infantino.
Ontem, acusado de hipocrisia por parte da opinião púbica de seu país, optou pelo fino humor britânico. Quando Canavaro foi retirar uma das bolas de um pote, Liniker lançou uma ironia à desclassificação da Azzurra: “É sempre bom ter a participação de um italiano”. Com Maradona, falou de como trabalha bem com sua mão, desde a época de jogador, numa referência ao gol contra a Inglaterra, na Copa do Mundo de 1986.
Suas brincadeiras, porém, contrastavam com a tensão visível no rosto dos treinadores que estavam ali para saber seus futuros. Tite, ao ser questionado sobre a festa, chegou a usar a palavra “teatro” para descrevêla, antes de pedir que não se utilizasse tal expressão. “Eu estou ali concentrado e não presto muita atenção. Claro, é uma festa grandiosa”, disse.
Quem também parecia preocupado era Joaquim Löw, treinador da Alemanha. Jorge Sampaoli, da Argentina, não achava graça das piadas e mantinha um semblante fechado, enquanto descobria que terá de superar a Nigéria.
Enquanto os treinadores faziam suas anotações, ex-jogadores como Gordon Banks, Laurent Blanc, Cafu, Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho dividiam o espaço com a elite política e econômica da Rússia, ávida por uma selfie com os astros. /