O mercado imobiliário na Ucrânia e o que ele ensina ao Brasil
É possível perceber pelos números que o mercado imobiliário ucraniano possui diversas similaridades com o mercado brasileiro.
A Ucrânia é hoje um lugar em processo de mudanças. O segundo maior país da Europa, com cerca de 42 milhões de metros quadrados, já foi palco de diversos momentos bons e ruins no decorrer de sua história. A última crise ocorreu entre 2013 e 2015 por conta de um conflito militar com a Rússia. No entanto, os últimos dois anos mostraram que os ucranianos não só superaram os problemas como retomaram os rumos do crescimento imobiliário.
Os indicadores econômicos endossam essa afirmação. A previsão para o crescimento do PIB do país do leste europeu em 2017 é de 2,5%. A economia já havia crescido 1,5% em 2016, retomando o resultado positivo depois de dois anos de profunda recessão. A inflação no país também deve ter seu menor índice desde 2013, o mesmo ocorrendo com a taxa de desemprego. A previsão é de que o crescimento econômico continue por pelo menos cinco anos.
No que diz respeito especificamente ao setor imobiliário, as notícias também são boas. Somente no ano passado, as empresas do segmento realizaram obras que totalizaram 70,9 bilhões de dólares, um aumento de 17,4% em relação ao ano anterior. No mercado residencial, os preços que sofreram queda brusca durante o período conturbado se recuperaram em grande parte e hoje mostram estabilidade.
A situação é ainda melhor no segmento comercial. A taxa de vacância nos shoppings centers está em queda constante. Entre 2015 e 2016, houve casos em que essa taxa caiu pela metade. O mesmo ocorre no segmento de escritórios. Neste caso, houve mais de 3% de queda na vacância apenas durante o ano de 2016.
É possível perceber pesua los números que o mercado imobiliário ucraniano possui diversas similaridades com o mercado brasileiro. Ambos tiveram um momento positivo até o começo desta década, mas sofreram nos últimos anos com a recessão e com imóveis vazios. Mesmo com uma crise gerada por um motivo bem mais grave, uma guerra, e com indicadores negativos bem mais acentuados, a Ucrânia conseguiu superar as dificuldades e retomou o rumo do crescimento. Isso só foi possível por meio da cooperação entre as empresas, entidades representativas e o governo, que garantiram o fomento à construção.
O exemplo ucraniano mostra o que deve ser realidade no Brasil a partir de agora. Após uma profunda crise conjuntural, o país sul-americano tem tudo para retornar aos bons números. Os exemplos da grande importância da atividade imobiliária de forma geral se espalham por todos os lugares do mundo. O mercado imobiliário, com função premente de prover moradia, é capaz de gerar emprego, renda e dignidade as pessoas. Eventuais quedas, muitas vezes, ocorrem por conta de fatores alheios ao próprio setor, mas podem ser uma grande oportunidade de ajuste e melhorias.
Uma vez que a construção civil recupere a sua força, diversos outros setores da economia são movimentados e aquecidos, gerando um círculo virtuoso. Por conta disto, imóveis continuam sendo – e sempre serão – investimentos seguros e garantidos. Um ambiente estável e transparente é de fundamental importância para que toda cadeia possa atuar de forma saudável e organizada.
Por Kateryna Pylypchuk, Presidente da FIABCIUCRÂNIA