Contas do substituto estão sob investigação
Antonio Carlos Nunes de Lima, o coronel Nunes, é o novo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Ontem, após a suspensão de Marco Polo Del Nero, a entidade divulgou uma nota com quatro linhas confirmando a posse.
Não é a primeira vez que o vice mais velho assume a presidência. Em 2016, ele foi presidente interino da CBF quando Del Nero pediu licença do cargo para se defender de acusações de corrupção.
A ascensão de Nunes nasceu de uma manobra de Marco Polo. A escolha serviu para tirar da linha sucessória o então opositor Delfim de Pádua Peixoto Filho, que acabou morrendo na tragédia aérea que vitimou 71 pessoas na viagem da Chapecoense para a Colômbia, em novembro do ano passado. Na época, Delfim, então presidente da Federação Catarinense, teria o direito de assumir a presidência da entidade, pois o estatuto estabelece que, em caso de vacância, quem assume é o vice mais velho.
Nunes, no entanto, é investigado pelo MP do Pará pela sua atuação como presidente da Federação de Futebol. Em 2011, 2012 e 2013, a entidade recebeu quase R$ 3,5 milhões de verba pública. O Governo do Estado, como patrocinador do torneio local, pediu a prestação de contas. À época, a comprovação havia sido incompleta.
O coronel Nunes assume a presidência entre os quatro vice-presidentes da entidade, seguindo a regra do estatuto da CBF. Os 79 anos lhe dão esse direito. Os outros vices da CBF são Fernando Sarney, Gustavo Feijó e Marcus Antônio Vicente. Nunes é coronel da reserva da PM do Pará.