No próximo governo, reforma será mais radical, diz presidente
Para Temer, se mudança na Previdência não for aprovada, todo candidato em 2018 terá de tocar no assunto
O presidente Michel Temer aproveitou ontem mais uma agenda pública para fazer a defesa da necessidade de aprovação da reforma da Previdência pelo Congresso. Segundo o presidente, o governo espera aprovar a reforma em fevereiro de 2018, “se Deus quiser”.
Temer insistiu que, se a reforma não for aprovada agora, não haverá um candidato nas próximas eleições que não terá de tocar no assunto. Ele argumentou que a intenção do governo é evitar medidas mais radicais no futuro e que, em tese, ninguém terá prejuízo com as mudanças. “(O novo presidente) terá de fazer uma reforma muito mais radical”, sentenciou.
Temer enumerou mais uma vez os feitos de seu mandato, como a reforma do ensino médio e a aprovação do teto dos gastos públicos. Segundo ele, logo depois da Previdência, o governo fará a simplificação tributária no País, fechando o “ciclo reformista”. “Se não tivéssemos autoridade, não tínhamos feito o que fizemos em dezoito meses”, disse.
Exportações. O presidente participou da cerimônia de assinatura do decreto que cria a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Açu, localizada no Distrito Industrial de São João da Barra, litoral norte do Rio de Janeiro. Participaram da comitiva do presidente o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Moreira Franco, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Marcos Pereira, e o governador do Estado do Rio Janeiro, Luiz Fernando Pezão.
Tanto Pezão quanto Moreira Franco também defenderam a necessidade de aprovação da reforma da Previdência. Como argumento, apresentaram a necessidade de equilibrar as contas de governos estadual.
“É impossível atravessar essa crise sem discutir a reforma da Previdência. Nenhum candidato vai passar próximas eleições sem discutir esse tema”, declarou Pezão. “Esse é o grande problema do País.”
A Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Açu já tem um investimento previsto de R$ 42 milhões de uma empresa de laminação de rochas, que deve ser a primeira a se instalar no local. “A ZPE é um processo de lento investimento”, disse José Magela Bernardes, presidente da Prumo Logística, empresa que desenvolve e opera o Porto do Açu.