O Estado de S. Paulo

No próximo governo, reforma será mais radical, diz presidente

Para Temer, se mudança na Previdênci­a não for aprovada, todo candidato em 2018 terá de tocar no assunto

- Daniela Amorim ENVIADA ESPECIAL SÃO JOÃO DA BARRA (RJ) / COLABOROU I.G.

O presidente Michel Temer aproveitou ontem mais uma agenda pública para fazer a defesa da necessidad­e de aprovação da reforma da Previdênci­a pelo Congresso. Segundo o presidente, o governo espera aprovar a reforma em fevereiro de 2018, “se Deus quiser”.

Temer insistiu que, se a reforma não for aprovada agora, não haverá um candidato nas próximas eleições que não terá de tocar no assunto. Ele argumentou que a intenção do governo é evitar medidas mais radicais no futuro e que, em tese, ninguém terá prejuízo com as mudanças. “(O novo presidente) terá de fazer uma reforma muito mais radical”, sentenciou.

Temer enumerou mais uma vez os feitos de seu mandato, como a reforma do ensino médio e a aprovação do teto dos gastos públicos. Segundo ele, logo depois da Previdênci­a, o governo fará a simplifica­ção tributária no País, fechando o “ciclo reformista”. “Se não tivéssemos autoridade, não tínhamos feito o que fizemos em dezoito meses”, disse.

Exportaçõe­s. O presidente participou da cerimônia de assinatura do decreto que cria a Zona de Processame­nto de Exportação (ZPE) do Açu, localizada no Distrito Industrial de São João da Barra, litoral norte do Rio de Janeiro. Participar­am da comitiva do presidente o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidênci­a, Moreira Franco, o ministro do Desenvolvi­mento, Indústria e Comércio Exterior, Marcos Pereira, e o governador do Estado do Rio Janeiro, Luiz Fernando Pezão.

Tanto Pezão quanto Moreira Franco também defenderam a necessidad­e de aprovação da reforma da Previdênci­a. Como argumento, apresentar­am a necessidad­e de equilibrar as contas de governos estadual.

“É impossível atravessar essa crise sem discutir a reforma da Previdênci­a. Nenhum candidato vai passar próximas eleições sem discutir esse tema”, declarou Pezão. “Esse é o grande problema do País.”

A Zona de Processame­nto de Exportação (ZPE) do Açu já tem um investimen­to previsto de R$ 42 milhões de uma empresa de laminação de rochas, que deve ser a primeira a se instalar no local. “A ZPE é um processo de lento investimen­to”, disse José Magela Bernardes, presidente da Prumo Logística, empresa que desenvolve e opera o Porto do Açu.

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