Reivindicações das polícias
Vemos, ao longe, a greve da Polícia Militar (PM) do Rio Grande do Norte. Policiais e bombeiros deixaram de sair às ruas porque não recebem seu salário. A situação é difícil na maioria das 27 PMs brasileiras. São Paulo, Estado detentor da maior economia do País, não cumpre há quatro anos seu dever constitucional de reajustar o salário dos policiais pelo índice oficial da inflação apurado. Mas tem outros problemas. Exige jornadas extenuantes e não paga vale-transporte, adicional noturno e horas extras. O policial é obrigado a dividir o transporte público com os marginais que, em trabalho, tem a obrigação de combater. Reivindica isenção de ICMS e de IPI para comprar um carro (como se dá ao taxista) e auxílio-saúde como o dos servidores do Tribunal de Justiça do Estado, de R$ 344 mensais. E também quer isenção no rodízio da capital, pois no dia em que a placa do seu carro é restrita tem de chegar antes e sair do trabalho horas depois para não ser multado. Mas o Estado ignora as reivindicações. Estamos entrando num ano eleitoral. É importante que os candidatos atentem para o verdadeiro barril de pólvora em que se transformaram as polícias e projetem, com seriedade, providências para solucionar seus problemas.
DIRCEU CARDOSO GONÇALVES aspomilpm@terra.com.br
São Paulo