EUA começam a aceitar recruta transgênero
Desde ontem os transgêneros que queiram se alistar nas forças armadas dos EUA já podem preencher a documentação e fazer a solicitação, apesar das tentativas do presidente americano, Donald Trump, de proibir essa medida impulsionada pelo seu antecessor, Barack Obama.
O Departamento de Defesa dos EUA começou a aceitar as solicitações de alistamento de recrutas transgêneros em razão de uma ordem judicial que impediu o governo de Trump continuar com o veto. “Como determina a ordem judicial, o Departamento de Defesa está preparado para começar a dar acesso ao serviço militar aos solicitantes transgênero. Os solicitantes devem reunir todos os padrões de acesso”, disse uma porta-voz do Pentágono, Heather Babb.
A mudança acontece apesar de Trump ter emitido em agosto uma ordem para instruir o Pentágono na implementação de uma proibição de alistamento dos transgêneros, assim como o fim do serviço para aqueles que já estivessem servindo no Exército.
Esta medida resultou em diversas denúncias por parte de membros das forças armadas e de movimentos sociais que consideravam a legislação um claro caso de discriminação que atentava diretamente contra alguns princípios constitucionais.
Em outubro, a magistrada Colleen Kollar-Kotelly, do tribunal federal do Distrito de Columbia, se pronunciou a favor de um grupo de soldados transgêneros na ativa que denunciaram a proposta do presidente, e vetou diferentes pontos da legislação. A Casa Branca recorreu da sentença, mas no dia 11 de dezembro a magistrada reafirmou seu veredicto, ao considerar que a Constituição está do lado dos litigantes.
O Departamento de Justiça optou por não voltar a recorrer, o que forçou o Pentágono a começar a aceitar as solicitações de alistamento a partir de ontem. No entanto, o Departamento de Justiça não descartou que possa recorrer da sentença mais adiante, uma vez que revisa estudo independente que o Pentágono deve publicar “nas próximas semanas”.
Obama ordenou em junho de 2016 a eliminação da proibição de que os transgêneros servissem abertamente nas Forças Armadas americanas e programou o início do seu recrutamento para este ano.