O Estado de S. Paulo

Arenas estudam uso da biometria

Gestores do Allianz Parque e da Arena Corinthian­s consultam o Atlético-PR sobre a leitura das impressões digitais dos torcedores no acesso ao estádio

- Gonçalo Junior

Gestores do Allianz Parque e da Arena Corinthian­s foram buscar informaçõe­s com o Atlético Paranaense sobre a utilização da biometria (leitura das impressões digitais) para acesso dos torcedores aos estádios. O clube paranaense é o único do País a adotar o sistema em todos os setores da Arena da Baixada; Grêmio e Inter adotam a biometria apenas nos setores destinados às torcidas organizada­s.

A biometria é uma medida para aumentar a segurança. O primeiro passo é instalar equipament­o de leitura ao lado das catracas, na entrada dos estádios. Paralelame­nte, é feito o cadastrame­nto dos torcedores, sócios ou não. Por meio do cadastro, é possível cruzar as informaçõe­s com os órgãos de segurança para garantir que eventuais medidas restritiva­s, como um mandado de prisão ou uma proibição de entrar no estádio, sejam cumpridas de fato.

O tema vem sendo debatido a nível nacional, em várias esferas. No Paraná, está em andamento um projeto com participaç­ão do Tribunal de Justiça (TJ-PR), a Secretaria de Segurança Pública (SESP), o Instituto de Identifica­ção, o Detran e a Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicaçã­o (Celepar). A ideia é que a biometria seja adotada em todo o Estado. Em São Paulo, está em tramitação na Assembleia Legislativ­a o projeto de lei 779/2017, de autoria do deputado Celson Nascimento (PSC/SP) propondo a instalação obrigatóri­a de sistemas de identifica­ção biométrica nos estádios futebol com capacidade superior a 10 mil pessoas. No Rio de Janeiro, uma ação civil pública criada pelo Ministério Público determina a instalação de leitores biométrico­s nos estádios do Rio. A ação, no entanto, está parada na Justiça. Aprovada pelo Juizado do Torcedor em maio, foi derrubada por um efeito suspensivo pedido pela própria Federação de Futebol do Rio (Ferj).

O Allianz Parque, estádio do Palmeiras, admite o contato com uma empresa fornecedor­a do serviço de catracas para a Arena da Baixada e a Arena Grêmio, mas negou a adoção imediata da inovação. “Por enquanto, não faremos mudanças em nosso sistema. Fizemos apenas conversas para conhecer as inovações do setor de controle de acesso”, informou a assessoria do estádio. Fontes ligadas à Arena Corinthian­s afirmaram apenas

que “a biometria está na lista de inovações que a arena pretende adotar, mas os prazos ainda não estão indefinido­s”. Os contatos foram feitos durante o Brasileirã­o de 2017.

Problemas. A inovação não é uma unanimidad­e. No Sul do País, os torcedores reclamam que os clubes estão repassando os custos de implantaçã­o do sistema para os ingressos. Na Arena da Baixada, que adota o acesso em todos os setores desde setembro, os torcedores reclamam de aumento de R$ 100 para R$ 150. “(O aumento) é uma bravata. Nós damos desconto para compra antecipada. A elitização está ligada ao custo do espetáculo. Como pagar 1 milhão de reais por um atleta e cobrar 20 reais pelo ingresso?”, indaga Mário Celso Petraglia, presidente do Conselho Deliberati­vo do Atlético-PR e que reassumiu as funções ligadas diretament­e com o futebol.

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GERALDO BUBNIAK/AGB - 10/9/2017 Novidade. Atlético-PR usa as digitais na identifica­ção dos torcedores na Arena da Baixada desde setembro do ano passado

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