ONU faz cortes drásticos no orçamento
No pagar das luzes de 2017, a ONU aprovou seu novo orçamento com um corte de quase US$ 900 milhões, algo inédito nos últimos 40 anos. Pressionado pelos EUA, que exigem uma redução de gastos, a organização não teve outra opção. A força dos americanos vem do fato de que Washington paga por 22% dos custos da entidade.
O novo orçamento aprovado foi de US$ 5,39 bilhões para os próximos dois anos. O valor é 5% abaixo de 2016 e de 2017. Para as 34 missões da entidade, por exemplo, o secretário-geral António Guterres havia solicitado US$ 636 milhões, mas receberá apenas US$ 508 milhões.
Um corte importante também será aplicado sobre custos de viagens de funcionários, que consumirão US$ 42,6 milhões do orçamento. O valor é US$ 2,1 milhões abaixo dos níveis de 2016 e 2017 e 30% abaixo de seu pico, em 2014.
Documentos obtidos pelo Estado relevam que a entidade continua pagando acima dos preços de mercado para financiar viagens oficiais. Na conta da entidade, um trajeto ida e volta de Nova York para Brasília, por exemplo, sai por US$ 8,5 mil em classe executiva. Outra medida é o fim das viagens em primeira classe para os juízes do Tribunal Penal Internacional, o que incluía também privilégios para esposas e maridos.
As obras também foram paralisadas. Entre 2016 e 2017, a ONU gastou US$ 109 milhões com a renovação e manutenção de seus prédios. Para os próximos dois anos, isso vai ser reduzido pela metade. A compra de novos equipamentos e moveis também será interrompida. As reuniões passarão a ocorrer em locais mais baratos – e não apenas em Nova York – e viagens serão abolidas sempre que as reuniões puderem ser feitas por videoconferência.