Ex-assessor acusa filho de Trump de ‘traição’
Steve Bannon, ex-assessor de Donald Trump, disse que Donald Jr, filho do presidente, cometeu “traição” ao se reunir com agentes russos para conseguir informações que prejudicassem a candidatura de Hillary Clinton, nas eleições de 2016. Em resposta, afirmou ontem que Bannon “perdeu o juízo” e não tem mais nenhuma influência no governo.
“Bannon não tem nada a ver comigo ou minha presidência. Quando foi demitido (da Casa Branca), não só perdeu seu trabalho, mas também perdeu o juízo”, afirmou Trump em nota oficial. “Ele raramente teve reuniões pessoais comigo e somente aparenta ter influência junto a pessoas que não têm nem acesso, nem informação.”
O comunicado é uma resposta de Trump a trechos do livro Fire and Fury: Inside the Trump White House, do jornalista americano Michael Wolff, que será publicado no dia 9. No livro, Bannon usa um linguajar impiedoso contra o filho mais velho de Trump, seu genro Jared Kushner e Paul Manafort, exchefe de campanha. Bannon os acusa de “traição ao país” e de colocar o presidente em risco ao atrair a atenção do FBI. “O caminho para ferrar Trump passa por Manafort, Donald Jr. e Kushner”, diz Bannon.
Em 2016, em plena campanha presidencial, Donald Jr., Kushner e Manafort se reuniram com a advogada russa Natalia Veselnitskaya, em Nova York, para obter dados comprometedores sobre Hillary.
“Três altos cargos da campanha pensaram que era uma boa se reunir com um governo estrangeiro dentro da Trump Tower na sala de conferências do 25.º andar. Sem advogados”, disse Bannon. “Ainda que alguém pensasse que não é traição, ou tampouco antipatriótico, ou que simplesmente é uma m... – e eu acho que foram as três coisas –, alguém deveria avisar o FBI imediatamente.” Bannon entrou na equipe de campanha de Trump semanas depois do encontro e alega que somente se inteirou da reunião após as eleições.