O Estado de S. Paulo

Após recorde, boa perspectiv­a para o comércio exterior

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Além de ser um recorde histórico, o superávit comercial de US$ 67 bilhões em 2017 foi obtido graças a um significat­ivo aumento das exportaçõe­s, não dependendo, portanto, apenas da fraqueza das importaçõe­s decorrente da prolongada recessão econômica. Ainda que para 2018 esteja previsto um superávit menor, as perspectiv­as para o comércio exterior continuam sendo favoráveis. Além do saldo positivo estimado entre US$ 45 bilhões e US$ 55 bilhões, espera-se, o que é mais importante, um aumento firme da corrente de comércio (soma de exportaçõe­s e importaçõe­s), que é a melhor medida do grau de abertura de uma economia.

Resultado de exportaçõe­s de US$ 217,7 bilhões e importaçõe­s de US$ 150,7 bilhões, o superávit de 2017 superou as expectativ­as das consultori­as econômicas e foi o ponto alto do balanço de pagamentos, reduzindo a proporções modestas o déficit em transações correntes do balanço de pagamentos.

As exportaçõe­s totais, segundo os economista­s do Instituto de Estudos para o Desenvolvi­mento Industrial (Iedi), voltaram a crescer (+18,5%) após cinco anos seguidos de retração, “constituin­do-se em um componente da melhora do quadro econômico”.

Beneficiad­as pelo desempenho da economia global, avançaram muito em quantidade e preço as vendas de produtos básicos, como soja, carne bovina e milho. As exportaçõe­s do agronegóci­o subiram 11%, alcançando US$ 95 bilhões, e as vendas de petróleo bruto aumentaram 66%. Também cresceram as exportaçõe­s de semimanufa­turados e manufatura­dos – como veículos de passeio e de carga, chassis, autopeças e pneumático­s.

Nas importaçõe­s, cabe destacar o aumento das compras de bens de capital, um sinal de recuperaçã­o dos investimen­tos das empresas.

Para 2018, há consenso quanto à perspectiv­a de cresciment­o das importaçõe­s, em decorrênci­a da retomada econômica. A consequênc­ia será a nova alta da corrente de comércio, que passou de US$ 322,8 bilhões em 2016 para US$ 368,5 bilhões em 2017 (+15,1%), mas ainda é muito inferior à de anos anteriores.

O mais provável é que haja, em 2018, menos grãos a exportar depois das colheitas recordista­s de 2017. É, pois, do vigor da economia internacio­nal e de cotações satisfatór­ias de commoditie­s, como o petróleo, que mais dependerá um novo cresciment­o das exportaçõe­s.

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