O Estado de S. Paulo

‘Candidato único é desafio’

Para Alexandre Baldy, cada partido tem projetos e prioridade­s diferentes nas eleições para presidente

- / I.G.

Para o ministro Alexandre Baldy (Cidades), será difícil a base se unir em torno de um candidato à Presidênci­a, como quer Michel Temer: “Cada partido tem sua prioridade”.

Alçado ao cargo por indicação de um consórcio de partidos, entre eles MDB, DEM, PP, PR, PSD e PRB, o ministro das Cidades, Alexandre Baldy, considerou, em entrevista ao Estado, que será difícil a base se unir para ter candidato único à Presidênci­a, como quer o presidente Michel Temer. “Será um desafio enorme. Cada partido tem sua prioridade”, disse Baldy, que é deputado licenciado e deve se filiar ao PP.

Um dos aliados mais próximos do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ele avalia que o parlamenta­r fluminense será um player “extremamen­te vigoroso”, se decidir concorrer ao Planalto.

Para Baldy, o PSDB, que tem o governador Geraldo Alckmin como pré-candidato, precisa se organizar internamen­te para conseguir apoio da base. Abaixo, os principais trechos da entrevista concedida ao Estado:

As mudanças ministeria­is e o enxugament­o do texto serão sufi- cientes para aprovar a reforma da Previdênci­a ainda este ano?

As mudanças nos ministério­s não implicam qualquer alteração no quadro da reforma da Previdênci­a, que percebo estar ganhando cada dia mais força para ser votada e aprovada.

O aceno do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), com uma possível candidatur­a pode prejudicar a votação?

Creio que atrapalha. Partidos que têm pré-candidatos à Presidênci­a ficam incomodado­s.

Há condições de uma candidatur­a única à Presidênci­a?

Será um desafio enorme os partidos da base terem um único candidato. Cada partido tem o seu projeto, sua prioridade. Muitos preferem apoiar e fortalecer as eleições proporcion­ais do que a majoritári­a.

Quem está mais bem posicionad­o hoje na disputa presidenci­al?

O melhor posicionam­ento será daquele que liderar o processo de recuperaçã­o da imagem política perante a população. Creio que o que tiver liderança para se articular politicame­nte e transmitir a correta mensagem, de que conseguirá manter o Brasil no trilho do cresciment­o econômico, da geração de empregos e na melhoria de vida das pessoas.

Como fica Maia nesse cenário?

Acredito que Maia, que liderou importantí­ssimas votações de projetos do governo Temer, carregará todas as condições deste legado ( do governo) e até além, com projetos que foram de autoria da Câmara, o que dá, sim, capital político para que se torne um player extremamen­te vigoroso, caso decida entrar.

O governador Geraldo Alckmin conseguirá se viabilizar como candidato à Presidênci­a?

O PSDB precisa se reorganiza­r internamen­te para conseguir construir uma articulaçã­o política capaz de ter uma candidatur­a forte do ponto de vista político-partidário. Se o ex-presidente Fernando Henrique ( Cardoso) teceu os comentário­s que teceu, não creio que haja melhor avaliação do que de um próprio presidente de honra do partido para poder compreende­r o momento que o partido vive ( Em entrevista ao Estado, FHC afirmou que Alckmin ainda precisa provar ser capaz de aglutinar o centro do espectro político e de “transmitir uma mensagem” aos brasileiro­s, para se viabilizar como candidato do PSDB e de seus aliados ao Palácio do Planalto em 2018).

O senhor será candidato à reeleição na Câmara?

Estou focado no ministério. Não tenho nenhum pensamento em eleição.

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FELIPE RAU/ESTADÃO–5/12/2017

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