Presidente do PEN se diz ‘aliviado’ com decisão de deputado
Adilson Barroso afirma que relação com Bolsonaro já estava ‘envenenada’ e fala em novas candidaturas
O presidente do PEN-Patriota, Adilson Barroso, se disse “aliviado” com a desistência de Jair Bolsonaro (PSC-RJ) de ser candidato por sua legenda. “Fiz das tripas coração para tê-lo com a gente, mudei o nome do partido, mexi no nosso estatuto, dei mais de 20 diretórios para o gru- po dele. Mas você não pode ser convidado para entrar em uma casa e depois querer tomar ela inteira para você, expulsando seus moradores originais”, afirmou o dirigente.
Bolsonaro disse, em vídeo divulgado ontem no Facebook, que “lamenta não ter dado certo com o Patriota”. Para ele, a parceria “acabou como um casamento que não deu certo”. O presidenciável afirmou que ele e Barroso “ainda podem estar juntos no futuro, em uma coligação”.
Segundo Barroso, o relacionamento dele com Bolsonaro te- ria sido “envenenado” pelo advogado Gustavo Bebianno – que, segundo Barroso, queria tomar o “partido inteiro para o grupo de Bolsonaro”.
O rompimento já havia se insinuado quando deputados da legenda se rebelaram contra o que chamavam de “fome” do grupo bolsonarista. Os deputados Walney Rocha (RJ) e Junior Marreca (MA) se posicionaram contra as mudanças no estatuto – principalmente aquela que impede alianças com partidos de esquerda (Marreca é aliado do gov e r nador do Maranhão, Flávio Dino, do PCdoB).
Barroso disse que, sem Bolsonaro, pretende con- vencer o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa a sair candidato.
‘Dono’. O cientista político Vitor Oliveira, do Pulso Público, afirmou que“a questão de Bolso na rotem a ver com aforma de operação dos partidos políticos no Brasil”. Para ele, o fato de os partidos terem “donos” cria dificuldades para Bolsonaro se impor como dono de uma legenda que não é dele. Para o cientista político RogérioBat tis tini, do Mackenzie, “Bolsonaro não está sabendo fazer o jogo político e criando dificuldades para sua candidatura”.