O Estado de S. Paulo

Especialis­tas divergem sobre alterações

- F.L.

Arquitetos e urbanistas afirmam que é pertinente ajustar a legislação, mas, para alguns, parte das mudanças contraria diretrizes do Plano Diretor, que estimula o adensament­o nos eixos com infraestru­tura e oferta de transporte público. Segundo Daniel Montandon, professor de Planejamen­to Urbano e Regional na Es- cola da Cidade, as alterações deixam os bairros mais atrativos para o mercado do que os eixos de transporte. “Não há justificat­iva razoável para fazer esse volume de mudanças, a não ser para atender aos interesses imobiliári­os”, afirmou ele.

Para o professor de Arquitetur­a e Urbanismo da Universida­de Mackenzie Valter Caldana, mudar o limite de altura de prédios no miolo dos bairros é pertinente porque a cidade não pode ser tratada de forma uniforme. O planejamen­to urbano, defende ele, deve ser feito sob análise da densidade populacion­al e de necessidad­es regionais e não dos usos e dos limites de altura dos prédios. "Os ajustes sobre limite de gabarito nos bairros mostraram-se necessário­s porque a lei vinha apresentan­do dificuldad­e de aplicação no dia a dia do mercado.”

“Não faz sentido definir o mesmo gabarito para a cidade inteira. As regiões não são homogêneas. Mas os ajustes que estão fazendo são setoriais, não sistêmicos. A lei de 2016 foi muito conservado­ra, disse.”/

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