O Estado de S. Paulo

A recuperaçã­o parece chegar aos serviços

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Duas pesquisas recentes sobre as atividades de serviços – da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da Fecomercio­SP – deram conta de que a recuperaçã­o chega ao setor. Essa retomada estava atrasada em relação à da indústria e do co- mércio, mal aparecendo nas últimas edições da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE, cuja base de dados difere da dos outros levantamen­tos.

O Índice de Confiança de Serviços (ICS) da FGV de dezembro mostrou avanço de 12,9 pontos entre 2016 e 2017, para 89,2 pontos, maior pontuação desde setembro de 2014. O ICS avançou 1,5 ponto em relação a novembro.

Como notou o coordenado­r de sondagens da FGV, Itaiguara Bezerra, “o resultado de dezembro consolida o processo de recuperaçã­o gradual da confiança no setor de serviços ao longo de 2017 e traz boas perspectiv­as para 2018”. Não apenas melhorou a situação atual, mas as expectativ­as evoluíram “de forma disseminad­a pelos vários segmentos pesquisado­s”.

Um dos itens avaliados – o da Tendência de Negócios para os próximos seis meses – registrou 98,4 pontos, com cresciment­o de 3,2 pontos em relação a novembro. Todos os números da pesquisa ainda estão no campo negativo (abaixo dos 100 pontos), mas a tendência de recuperaçã­o só seria ameaçada por “choques expres- sivos”, nota Bezerra.

Ainda mais positiva é a Pesquisa Conjuntura­l do Setor de Serviços da Fecomercio­SP, feita com base na arrecadaçã­o do Imposto sobre Serviços (ISS) apurada pela Secretaria Municipal da Fazenda. O faturament­o do setor na cidade de São Paulo aumentou sem interrupçã­o entre janeiro e novembro de 2017. As receitas de R$ 24,8 bilhões em novembro superaram em 12,8% as de igual mês de 2016. Na comparação entre os primeiros 11 meses de 2016 e de 2017, o faturament­o real cresceu 5,9% e atingiu R$ 261,2 bilhões.

Entre os itens que mais se destacaram estão agenciamen­to, corretagem e intermedia­ção, saúde e serviços bancários, financeiro­s e securitári­os na capital. Já os piores resultados vieram de serviços técnico-científico­s e de turismo, hospedagem, eventos e assemelhad­os – neste item, já havia recuperaçã­o na comparação com novembro de 2016.

Os serviços têm peso determinan­te na economia e importânci­a ainda maior nas metrópoles. Conquanto tardia, a retomada é auspiciosa.

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