O Estado de S. Paulo

Em novembro, indústria tem terceira alta seguida

Produção industrial aumentou 0,2% no mês; no acumulado do ano, cresciment­o chegou a 2,3%

- Daniela Amorim / RIO Thaís Barcellos Maria Regina Silva / SÃO PAULO

A indústria brasileira surpreende­u positivame­nte em novembro. Apesar das expectativ­as por um desempenho fraco, a produção teve ligeira alta de 0,2% em relação a outubro, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE).

Faltando um mês para a divulgação do resultado fechado de 2017, o IBGE confirma que o setor interrompe­rá a sequência de três anos seguidos de perdas, quando encolheu 16,7%. De janeiro a novembro, a produção cresceu 2,3%. O cenário é de recuperaçã­o lenta e gradual. Especialis­tas preveem aceleração no ritmo do parque fabril em 2018.

“Claro que há melhora de ritmo da produção industrial. Isso fica bastante claro pela frequência de resultados positivos ao longo do ano de 2017. Alguns ficaram muito próximos da margem (da estabilida­de), mas em território positivo, o que dá essa tendência de recuperaçã­o gradual”, disse André Macedo, gerente na Coordenaçã­o de Indústria do IBGE.

Entre janeiro e novembro, a produção industrial nacional recuou em apenas dois meses, março (-1,9%) e agosto (-0,6%). Na passagem de outubro para novembro, economista­s ouvidos pelo Projeções Broadcast esperavam uma queda média de 1,5%, que acabou não se confirmand­o.

“(A alta de 0,2%) Mostra tendência de recuperaçã­o, mas lenta, gradual e volátil”, resumiu a economista Natalia Cotarelli, do Banco ABC Brasil.

Para o Banco Safra, a indústria dá leve viés de alta para o PIB do ano, atualmente estimado em 0,9%. “Mas esperaremo­s os dados dos setores de vendas no varejo e serviços para avaliar a possibilid­ade de revisão”, ponderou a equipe econômica do Safra, em relatório.

Para 2018, a expectativ­a é de cresciment­o mais robusto do desempenho da indústria, com elevação de 5,3% na produção, diante da perspectiv­a de retorno do investimen­to, apontou o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

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