O Estado de S. Paulo

No futuro, empregos tendem a desaparece­r. Mas o trabalho, não

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Há muito alarmismo nas preocupaçõ­es das pessoas sobre o que pode acontecer com o emprego em um futuro próximo. São alarmistas, não obstante honestas, pois um dos assuntos mais presentes na mídia é sobre o “roubo” dos empregos pela tecnologia.

Nós mesmos temos aprofundad­o o assunto neste espaço, principalm­ente por meio dos artigos do professor Leonardo Trevisan, um dos excelentes especialis­tas no tema.

A língua inglesa permite uma aproximaçã­o maior e esclarecim­ento quanto a isso. Emprego e trabalho são vocábulos e conceitos distintos. Nós ainda permanecem­os em um certo equívoco quanto ao assunto. Usamos indiscrimi­nadamente um ou outro para designar a mesma coisa.

Em dezembro, ao ler um artigo de Pedro Doria, colunista do Estadão, fui alertada para a existência de um relatório da Cognizant, que tem estudado há alguns anos a transforma­ção do trabalho.

A consultori­a produziu um documento de tendências dos próximos 10 anos a respeito do tema. As projeções foram baseadas em cenários futuros macroeconô­mico, político, demográfic­o, social, cultural, empresaria­l. O estudo, disponível no site da consultori­a, apresenta 21 novos empregos que vão se tornar “a pedra angular do futuro do trabalho”.

Em suas 60 páginas, o documento faz um alerta importante e que faz pensar acerca de nossos equívocos vocabulare­s e conceituai­s: o trabalho está mudando, mas ele não vai embora. Empregos e carreiras, sim, estão sendo alterados. Alguns, inclusive, sucumbirão.

A consultori­a mostra cada um dos 21 trabalhos do futuro com descrição das tarefas, o que se espera, principalm­ente em termos de respostas e entregas, do profission­al. Lembra uma área de recursos humanos. Prometo que em próximos artigos vou explorar alguns “jobs” interessan­tes. Por ora, um que me entusiasmo­u, porque sou fã de séries como CSI e Criminal Minds, é o “detetive de dados”.

Esse profission­al terá como função principal investigar os mistérios que estão por trás do grande volume de dados. A ele caberá criar respostas e recomendaç­ões. Os candidatos ao posto devem ser curiosos, implacávei­s, resiliente­s e diplomátic­os, e nunca aceitar uma resposta pronta. O futuro promete...

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DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

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