Metroviários marcam greve para hoje
Sindicato quer parar linhas; Estado busca opções e Prefeitura suspende rodízio
Os metroviários de São Paulo decidiram, em assembleia ontem, fazer uma paralisação de 24 horas, a partir da zero hora desta quinta-feira. O protesto, segundo o Sindicato dos Metroviários, será contra a privatização das Linhas 5-Lilás e 17-Ouro – há leilão marcado para amanhã.
A greve deverá afetar todas as linhas, com exceção da 4-Amarela, que é operada por uma empresa privada, e o governo do Estado prepara ações para amenizar transtornos. Em entrevista à Rádio Eldorado, Clodoaldo Pelissioni, secretário dos Transportes Metropolitanos, garantiu que um trabalho de contingência será organizado a partir das 4 horas para avaliar a abrangência da paralisação. “Vamos operar a maior parte das estações possíveis”, prometeu.
O Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP) determinou, por liminar na segunda-feira, a manutenção do efetivo de 80% do serviço nos horários de pico (das 6 às 9 e das 16 às 19 horas) e de 60% nos demais horários, sob pena de aplicação de multa no valor de R$ 100 mil. “Esperamos ainda que a maior parte dos funcionários venha trabalhar. Quem não vier perderá o dia e também o descanso remunerado. Poderá ainda ser prejudicado em promoções.”
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) vai liberar o rodízio apenas para os veículos de passeio. As demais restrições – Zona de Máxima Restrição à Circulação de Caminhões (ZMRC) e a Zona de Máxima Restrição ao Fretamento (ZMRF), além do rodízio de placas de caminhões – serão mantidas. O serviço de Zona Azul também será liberado na cidade.
Protesto. Os metroviários vêm se manifestando contra a privatização, sob o argumento de que o edital direciona o resultado para uma vitória do Grupo CCR, que já participa da Linha 4-Amarela. A informação é negada pelo governo e o Estado não conseguiu contato ontem à noite com a CCR.
Tanto o sindicato quanto a bancada do PSOL na Câmara Municipal entraram com ações judiciais na Vara da Fazenda Pública para impedir o certame, com pedidos de liminares. A Justiça deu prazo de 48 horas, que vence hoje, para o Estado se manifestar sobre as acusações.