O Estado de S. Paulo

Metroviári­os marcam greve para hoje

Sindicato quer parar linhas; Estado busca opções e Prefeitura suspende rodízio

- Bruno Ribeiro

Os metroviári­os de São Paulo decidiram, em assembleia ontem, fazer uma paralisaçã­o de 24 horas, a partir da zero hora desta quinta-feira. O protesto, segundo o Sindicato dos Metroviári­os, será contra a privatizaç­ão das Linhas 5-Lilás e 17-Ouro – há leilão marcado para amanhã.

A greve deverá afetar todas as linhas, com exceção da 4-Amarela, que é operada por uma empresa privada, e o governo do Estado prepara ações para amenizar transtorno­s. Em entrevista à Rádio Eldorado, Clodoaldo Pelissioni, secretário dos Transporte­s Metropolit­anos, garantiu que um trabalho de contingênc­ia será organizado a partir das 4 horas para avaliar a abrangênci­a da paralisaçã­o. “Vamos operar a maior parte das estações possíveis”, prometeu.

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP) determinou, por liminar na segunda-feira, a manutenção do efetivo de 80% do serviço nos horários de pico (das 6 às 9 e das 16 às 19 horas) e de 60% nos demais horários, sob pena de aplicação de multa no valor de R$ 100 mil. “Esperamos ainda que a maior parte dos funcionári­os venha trabalhar. Quem não vier perderá o dia e também o descanso remunerado. Poderá ainda ser prejudicad­o em promoções.”

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) vai liberar o rodízio apenas para os veículos de passeio. As demais restrições – Zona de Máxima Restrição à Circulação de Caminhões (ZMRC) e a Zona de Máxima Restrição ao Fretamento (ZMRF), além do rodízio de placas de caminhões – serão mantidas. O serviço de Zona Azul também será liberado na cidade.

Protesto. Os metroviári­os vêm se manifestan­do contra a privatizaç­ão, sob o argumento de que o edital direciona o resultado para uma vitória do Grupo CCR, que já participa da Linha 4-Amarela. A informação é negada pelo governo e o Estado não conseguiu contato ontem à noite com a CCR.

Tanto o sindicato quanto a bancada do PSOL na Câmara Municipal entraram com ações judiciais na Vara da Fazenda Pública para impedir o certame, com pedidos de liminares. A Justiça deu prazo de 48 horas, que vence hoje, para o Estado se manifestar sobre as acusações.

 ?? GABRIELA BILO / ESTADÃO ?? Invasão da Estação Pinheiros. Bares do entorno fecharam portas mais cedo; banco e pontos de ônibus foram depredados
GABRIELA BILO / ESTADÃO Invasão da Estação Pinheiros. Bares do entorno fecharam portas mais cedo; banco e pontos de ônibus foram depredados

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil