O Estado de S. Paulo

Em campanha, Maia define piso de 7%

Nos EUA, presidente da Câmara condiciona candidatur­a à melhora nas pesquisas e diz que Bolsa Família foi criado para ‘escravizar’ pessoas

- Cláudia Trevisan CORRESPOND­ENTE / WASHINGTON

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou ontem que poderá disputar a Presidênci­a da República caso melhore seu desempenho nas pesquisas de intenção de voto. “Hoje eu tenho 1% nas pesquisas. No dia em que eu tiver 7%, as coisas melhoram muito”, disse o parlamenta­r ao ser questionad­o sobre eventual candidatur­a à sucessão de Michel Temer.

Como mostrou o Estado, Maia assumiu sua pré-candidatur­a ao Planalto, já monta equipe e cumpre agenda de viagens para se apresentar como presidenci­ável. Ontem, o deputado encerrou temporada de quatro dias nos Estados Unidos com um rápido encontro com o presidente da Câmara dos Deputados americana, Paul Ryan.

Em Washington, Maia, em tom de campanha, adotou um discurso crítico ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a programas petistas, como Bolsa Família e Minha Casa Minha Vida. Para ele, Lula – condenado em primeira instância na Lava Jato – deveria disputar a Presidênci­a. “Acho que ele vai perder. Acho que se vai conseguir destruir o discurso dele de que foi um grande presidente na área social, o que não foi”, afirmou durante evento no Brazil Institute do Wilson Center.

Programas. Fazendo referência ao Bolsa Família, Maia afirmou que Lula criou um programa para “escravizar as pessoas”, que, segundo ele, causa dependênci­a e não abre porta de saída para os beneficiár­ios. “Criar um programa para escravizar as pessoas não é um bom programa social. O programa bom é o que dá condições para que ela volte à sociedade e possa, com suas próprias pernas, conseguir um emprego.”

Segundo ele, o Bolsa Família é um programa “liberal” que foi mal implementa­do pelo PT. “É engraçado que o Brasil cresceu tanto no governo do PT e o número de pessoas dependente­s do Bolsa Família aumentou. Tem alguma coisa errada.” Minha Casa Minha Vida também foi criticado. “Isso vai acabar transforma­ndo esses ambientes como o que houve no Rio de Janeiro, com a Cidade de Deus. Dou exemplo real do que acontece com a vida das pessoas num projeto social mal feito.”

Apresentan­do-se como político de centro que defende a responsabi­lidade fiscal, Maia afirmou que há chances de sucesso eleitoral para um nome identifica­do com o governo. “O candidato que tiver condições de defender

essa parte da agenda do governo, de reformas, terá todas as condições de ser um candidato competitiv­o, com possibilid­ade de apoio do MDB.” Em sua movimentaç­ão para disputar o Planalto, Maia tem conversado com PP e SD e se aproxima do PSD, PR e PRB, sonhando em atrair apoios em dois dos maiores partidos, PSDB e MDB.

“Criar um programa para escravizar as pessoas não é um bom programa social. O programa bom é o que dá condições para que ela volte à sociedade.” Rodrigo Maia (DEM-RJ)

PRESIDENTE DA CÂMARA

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CALEB SMITH /OFFICE OF THE SPEAKER Agenda. Rodrigo Maia com o presidente da Câmara dos Deputados americana, Paul Ryan, em Washington

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