França será candidato em SP mesmo sem tucanos, diz presidente do PSB
Segundo dirigente, vice vai disputar sucessão de Alckmin e eventual apoio do PSDB não garante aliança na esfera federal
O vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), será candidato a governador nas eleições deste ano com ou sem o apoio do PSDB, disse ontem o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira. O dirigente também afirmou que um eventual apoio dos tucanos a França não garante em troca, necessariamente, o apoio dos pessebistas à candidatura do governador Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência da República.
“A candidatura de Márcio França acontecerá com ou sem o apoio do PSDB e é prioritária para o PSB. Claro que queremos o apoio do PSDB, mas aí vai depender deles”, afirmou Siqueira ao Estadão/Broadcast. Segundo o dirigente, a candidatura de França é uma das nove a governos de Estado que a legenda articula lançar no pleito deste ano. Além de São Paulo, a sigla quer ter candidatos a governador em Minas, Distrito Federal, Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Amazonas, Tocantins e Espírito Santo.
França vai assumir o governo paulista em abril, quando Alckmin deverá se desincompatibilizar do cargo para concorrer ao Palácio do Planalto. Mesmo antes de ter a máquina pública nas mãos, o pessebista já costura acordos para garantir tempo de TV para a propaganda partidária. Nessa semana, anunciou apoio do PR e já tem conversas avançadas com Solidariedade, que deve anunciar seu apoio hoje, e PROS.
O nome do vice-governador, porém, enfrenta resistência entre integrantes do PSDB paulista, que não abrem mão de candidatura própria do partido ao Palácio dos Bandeirantes. Entre os possíveis candidatos tucanos à sucessão de Alckmin estão o prefeito João Doria e o senador José Serra. Em entrevistas na segunda-feira, Alckmin disse que a decisão de quem os tucanos vão apoiar ou se vão lançar candidatura própria só será tomada na convenção de março.
Presidência. O presidente do PSB disse que o partido ainda não sabe como se posicionará na corrida presidencial. Segundo Siqueira, o cenário tem hoje alto “grau de incerteza”, com uma eventual condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pode torná-lo inelegível, e a “incerteza” sobre a candidatura de Alckmin, refletida em entrevista do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao Estado, quando ele disse que o governador precisa provar que é capaz de unir os partidos de centro para se viabilizar.
Siqueira ressaltou que vários partidos já procuraram o PSB em busca de apoio a seus candidatos à Presidência, entre eles, o PT e o Podemos.
“A candidatura de Márcio França acontecerá com ou sem o apoio do PSDB e é prioritária para o PSB.” Carlos Siqueira PRESIDENTE DO PSB