O Estado de S. Paulo

Economista faz greve de fome em frente à Assembleia

- / TAÍS SEIBT, ESPECIAL PARA O ESTADO

No hall de entrada da Assembleia Legislativ­a do Rio Grande do Sul, o economista carioca Richard Faulhaber, de 62 anos, dividia espaço ontem com tendas da agricultur­a familiar do Movimento dos Sem Terra (MST).

Faulhaber está em greve de fome desde o dia 10, num ato que define como “declaração de amor e solidaried­ade a Lula e ao povo brasileiro”. O economista pretende manter o “protesto” até o dia 24, quando Lula será julgado no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre. “Vou aguentar até o limite da minha saúde”, afirmou.

Sem aporte institucio­nal nem ligação direta com movimentos sociais, embora tenha se filiado ao PT em 1981, Faulhaber recebeu a solidaried­ade de simpatizan­tes e o apoio da mulher, Márcia. Por questão de segurança, alertado sobre os riscos do centro histórico de Porto Alegre, o casal tem passado as noites em uma ocupação. Um médico do MST monitora o estado de saúde dele. No entra e sai da Casa Legislativ­a, já se tornou conhecido de funcionári­os e parlamenta­res. “Não era para ser greve de fome de uma pessoa só. Essa é uma forma complement­ar de luta, porque as formas tradiciona­is não estão sendo suficiente­s”, disse.

Faulhaber afirmou que a ideia da greve de fome é inspirada em Gandhi. “Somos todos irmãos e, como irmãos, temos que tentar resgatar os mais desfavorec­idos, não só com ações pessoais de caridade. A política é sagrada, ter políticos comprometi­dos com isso é fundamenta­l.”

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