O Estado de S. Paulo

Governo prevê campanha para grupo específico

- Jamil Chade CORRESPOND­ENTE / GENEBRA Lígia Formenti / BRASÍLIA

Em uma reunião ontem por teleconfer­ência, o governo brasileiro indicou a técnicos da Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS) que não descarta realizar uma segunda fase de vacinação contra a febre amarela, desta vez em centros urbanos. E já negocia o apoio da agência.

A ideia é fazer uma segunda onda de vacinação quando o número de casos da doença estiver em queda. A imunização poderia atingir determinad­os grupos, em todo território nacional. No ano passado, por exemplo, o governo brasileiro já havia decidido estender a vacinação para crianças maiores de 9 meses em todo o País. A estratégia foi suspensa diante da ameaça do aumento expressivo de número de casos, mas a expectativ­a é de que ela seja retomada.

O governo brasileiro ainda deixou claro na reunião seu descontent­amento com o alerta emitido pela Organizaçã­o Mundial da Saúde anteontem em que classifico­u o Estado de São Paulo como área de risco para febre amarela. Na teleconfer­ência, feita a pedido da OMS, representa­ntes brasileiro­s se queixaram por não terem sido previament­e comunicado­s.

Na terça-feira, o ministro da Saúde em exercício, Antonio Carlos Nardi, em público afirmou que a nova classifica­ção da OMS contava com o apoio do governo brasileiro. Na ocasião, ele se referiu à decisão como “excesso de zelo.” Internamen­te, no entanto, não havia como esconder a insatisfaç­ão.

Antes de mudar a declaração, a OMS havia questionad­o autoridade­s brasileira­s. Uma resposta foi encaminhad­a. A expectativ­a do governo brasileiro era de receber um comunicado da OMS. Mas acabou surpreendi­do com o alerta oficial.

Emergência. Por enquanto, está descartado declarar o surto como uma emergência internacio­nal, como aconteceu com o vírus zika. Mas a OMS pediu explicaçõe­s sobre o plano para frear a doença. Ficou acertado que haverá reuniões semanais para atualizar o quadro.

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